" Se a esperança se apaga e a Babel começa, que tocha iluminará os caminhos na Terra?" (Garcia Lorca)

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Jun 19

Alguns anos de interrupção, umas brechas aqui e acolá, e chegamos a um Brasil inimaginável, governado por um grupo de milicianos, composto por militares sem compromisso algum com a "patria", por ministros que não têm respaldo interno ou externo, chucros e bandidos que são. Somos governados por um louco com convicções racistas, homofóbicas, misóginas, xenófobas. Se tivessemos planejado, não teríamos tido tanto exito.

Mas, de certa forma, planejamos. Planejamos ao acreditar que a chegada do operário ao governo era a  vitória da classe operária e fizemos vistas grossas à manutenção dos privilégios dos rentistas, da supremacia do sistema financeiro e esquecemos que distribuição de renda nem é muito difícil, desde que não mse mexa nos privilégios da riqueza.

Aceitamos que a cooptação do movimento sindical e do movimento social era "justificável" e as organizações trabalhistas  estudantis  que antes eram parãmetro de luta, se acachapassem à verdade absoluta do governo "dos trabalhadores".

Se antes o "neoliberalismo" de FHC podia ser atacado frontalmente, o "pósliberalismo" petista foi  perdoado, graças à atenção aos desvalidos. Ignoramos porém a armadilha da substituição da luta por direitos e cidadania, em troca da possibilidade de sermos  - ó glória! - "consumidores". E, durante anos, nos bastamos nisso.

Quando o pano caiu - bem sujinho, pois se a corrupção não foi inventada pelos lulistas, foi por eles apropriada e "democratizada" entre os seus -  estávamos zonzos: arrogantes, achamos que a democracia era imbatível. Soberbos, imaginamos que as "forças populares e democráticas" barrariam o fascismo chinfrim que se anunciou da maneira mais infame e que foi vitorioso.

Agora? Continuamos amortecidos pela derrota anunciada mas, "inesperada". Ainda buscamos, como pequenos burgueses que somos, o ídolo, o "papi noel", e, enquanto isso, nos engalfinhamos em mesquinharias por protagonismos de uma luta que dificilmente vamos unificar, posto que somos mesquinhos e que a generosidade política não é mais nossa vocação.

Agora? Música, Maestro, porque pelo menos é preciso cantar:

 

 

 

publicado por Adelina Braglia às 15:42

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