(Tambores do samba de cacête - Porto Alegre - Cametá - PA)
Há uns olhos quase verdes, quase cinzas
olhando de longe essa minha vida quase furta cor.
Há aqui mãos carinhosas, sorriso aberto, carinho expresso.
Há uma voz solene que fala às minhas costas
coisas que preciso ouvir e cala o que jamais ouvirei.
Piso forte para frente, assobio pelas trilhas,
sento à sombra, e às vezes vacilo.
Há um cajueiro que dá força.
Há um mar que dá saudades.
Há uma cidade às vezes nublada, às vezes luminosa.
Há um coração tripartido e uma cabeça que não pára.
Sou testemunha de mim mesma,
sou meu ataque e minha defesa.
Sou um batuque surdo do som do meu coração.