" Se a esperança se apaga e a Babel começa, que tocha iluminará os caminhos na Terra?" (Garcia Lorca)

18
Dez 05

Quando terminei o post anterior, alguma coisa passou a incomodar-me. Hoje, descobri o que era -  além da vida - : plagiei Ferreira Gullar!

A intenção não era essa, tanto que esse seu poema praticamente abriu meu blog (01.08.2005). Mas, pra me redimir, repito o poema.

Traduzir-se

Uma parte de mim é todo mundo:

outra parte é ninguém:

fundo sem fundo.

Uma parte de mim é multidão:

outra parte estranheza e solidão.

Uma parte de mim pesa, pondera:

outra parte delira.

Uma parte de mim almoça e janta:

outra parte se espanta.

Uma parte de mim é permanente:

outra parte se sabe de repente.

Uma parte de mim é só vertigem:

outra parte, linguagem.

Traduzir uma parte na outra parte

— que é uma questão de vida ou morte —

será arte?

publicado por Adelina Braglia às 00:19

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