" Se a esperança se apaga e a Babel começa, que tocha iluminará os caminhos na Terra?" (Garcia Lorca)

18
Dez 05

Um governo farsante, uma perspectiva chinfrim de eleições para o próximo ano. Uma oposição medíocre, mesquinha. A receita taí pra consolidar um país  pra ser a sombra pálida daquilo que poderia ser uma grande nação.

Eu bem que tentei, muitas vezes, que a minha vidinha transcorresse à par dessas "coisinhas", mas não consegui. Mesmo quando passo dias, semanas, olhando a dor do meu umbigo, ainda assim ouço o ruído vindo de fora. Taí, abaixo, um barulhaço, que me dificulta voltar a dormir:


A forma predominante de dominação ideológica não é mais o ocultamento dos fatos, um estratagema bastante primitivo, usado pelas ditaduras. Hoje, a dominação se faz muito mais pela capacidade de nomear. Mário de Andrade dizia: “As pessoas não pensam as coisas, elas pensam os rótulos.” Tinha razão. Boa parte do jornalismo econômico contemporâneo, por exemplo, tornou-se uma grosseira arte de rotular.

À lei que define que os recursos públicos devem ser prioritariamente usados para pagar juros ao sistema financeiro, em detrimento de todos os demais gastos do Estado, rotula-se “lei de responsabilidade fiscal”. À prática de cortar gastos essenciais, para sustentar esses mesmos pagamentos, rotula-se “disciplina” ou “austeridade”, necessárias para formar um “superávit” metafísico (denominado, espertamente, “superávit primário”). Ao desmonte dos mecanismos de defesa de uma economia periférica e frágil rotula-se “abertura”. Aos efeitos do desvio de finalidade das contribuições sociais – recolhidas pelo Estado, conforme a Constituição, para financiar o sistema de Seguridade Social – rotula-se “déficit da Previdência”. (César Benjamin)


Junte-se a isso a dorzinha inquitante na alma, aquela que nos pega quando estamos frágeis e que poderia chamar-se "virose emotiva" e, pronto! A insônia torna-se quase um prazer, pra dar tempo pra gente se ajeitar pro dia seguinte!

A solução eu já tenho: ouvir música. Leila Pinheiro, Lenine, Billie.

Fui.


 

publicado por Adelina Braglia às 00:52

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