Vivendo num país onde a informação é sempre manipulada a favor de interesses minoritários e poderosos, fica muito difícil compreender o que dizem as pesquisas eleitorais. Mas fico sempre curiosa e busco compreende-las.
O Datafolha divulgou ontem com estardalhaço, que a subida do presidente Lula nas pesquisas deve-se exclusivamente aos programas sociais, especialmente o Bolsa-família , embora haja o Auxílioe-gás, o Bolsa-escola, o Bolsa-alimentação, e os vales-quanto-pesam-a-pobreza.
Sempre me irritei quando se dá dinheiro aos ricos e se chama a isso de financiamento. Quando é a vez dos pobres, chama-se de clientelismo. Assim, não é aqui que a minha dúvida reside, até porque, todo programa redistributivo no país mais concentrador de renda do mundo, é bem vindo.
O que me incomoda é não ter a clareza de que esses programas são efetiva prioridade do governo, não apenas como medidas compensatórias, mas acompanhados de ações para uma mudança estrutural. Ou seja, quando se observa os investimentos em ações e programas que realmente poderiam começar a mudar o Brasil reforma agrária, políticas de emprego, saúde e educação o quadro é, no mínimo, duvidoso.
Já tratei disso anteriormente e conservo minhas dúvidas. Lembro ter destacado recentemente que o investimento do BNDS nos ditos programas sociais em 2005 foi menor do que o gasto do governo com o pagamento de serviços da administração pública, tipo xerox, etc.
Enquanto isso o Santander após a compra do BANESPA política de privatização dos governos Collor/FHC é escolhido o melhor banco do mundo, o Itaú obtém seu maior lucro na década, e os ricos, coincidentemente, também aumentam a proporção de votos em Lula.
Os adversários do governo, esses estão perdidos como cegos em tiroteio. Inventam e reinventam críticas, chacotas e alguns argumentos, mas que se esvaem porque estão tão atarantados com a reação popular, espantados porque o populacho se deixa convencer pelas bolsas-pobreza, como se eles, o tucanato em geral, os pefelistas todos, os peemedebistas, pepistas, e quejandos, nada tivessem a ver com o agravamento da miséria enquanto comandaram o país.
Como estou numa fase altamente egocêntrica, será que Santo Ambrósio me ajeita um exílio?