Assisti na íntegra o discurso do senador Aloísio Mercadante. Volteios em torno de si mesmo e de um partido que se partiu não sei bem quando e foi entregue em bandas aos mercenários.
Um analista de olhar enviesado pela manutenção da sua parcela (?) de poder, o senador navegou pelos ataques – criticando Marina por deixar o PT para uma disputa eleitoral – assumiu a humilhante condição de quem trombeteou que ia e não foi, justificando-se com a parcela do partido que esperava a manutenção da palavra, e, pifiamente, terminou imitando Dom Pedro: diga ao povo que fico. Ou melhor, eu fico porque o povo não está nem aí pra minha encenação.
Mercadante imitou seu Guru: publicamente desautorizado pelo bufão Berzoini, rasgou o passado – o dele, Mercadante, alíás, muito mais consistente do que o do Guru – agarrou-se à carta do Presidente e, finalmente, fez o que todos, ou quase todos, achavam que faria: ficou.
Não será ele o coveiro do Senado, certamente. Da mesma forma que justificou Sarney no discurso, alegando que as patifarias são centenárias, eximiu-se previamente da própria culpa.
Considero este post seu anúncio fúnebre: descanse em paz, senador. Está em boa companhia agora. Alinha-se definitivamente a Collor, Wellington Salgado, Renan e outros párias desta triste república.
Que Santo Ambrósio lhe garanta o purgatório.