" Se a esperança se apaga e a Babel começa, que tocha iluminará os caminhos na Terra?" (Garcia Lorca)

07
Jul 09

 

Uma casa não é uma casa se não for a caixa em que nos guardamos.
 
Como um envelope flip-top.
 
Às vezes uma caixa parda.
 
Noutras com laços de fitas.
 
Mas a casa não é uma casa se não for um casulo.
 
E como boa caixa, deve sempre ter tampas.
 
E muitas vezes, é necessário fechar-se nela.
 
Fechar as janelas para as notícias,
 
os ouvidos para os telefonemas,
 
e para as palmas dos pedintes à porta.
 
Sim. Os pedintes.
 
Na rua onde ancoro minha caixa,
 
eles proliferam como formigas no açúcar.
 
Porque não cabem nas suas caixas.
 
Ou não as têm.
 
Ou porque a miséria e a tristeza ocupam na caixa o lugar que deveria ser deles.
 
O Presidente bem que poderia mudar o nome do seu mais recente programa social:
 
Minha caixa, minha vida. E que fosse, como são as caixas,  portátil.
 
 
 
 
publicado por Adelina Braglia às 07:37

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