" Se a esperança se apaga e a Babel começa, que tocha iluminará os caminhos na Terra?" (Garcia Lorca)

15
Mai 09

 

 

 

 

 

Ontem, no nosso almoço de família, do meu jeito ateu, agradeci a um deus as minhas três irmãs. A quarta, a biológica, fez também a mesma coisa. Olhando minhas irmãs, filhas da madrinha e do padrinho, de quem sempre fomos, Rita, Oswaldo e eu, os irmãos mais novos, abraçando-as juntas, depois de alguns anos quando nos víamos parceladamente, lembrando e rindo, almoçando o especial picadinho que a Lula sempre faz quando peço, percebi como sempre foi natural para mim esse amor de mães e filhos, irmãs, tios, tias e primos “postiços”, onde o laço de sangue significa absolutamente nada.
 
Percebi também que de cada uma delas herdei grande parte daquilo que tenho de melhor: da Nena, o humor, da Cleide, a capacidade de reflexão, da Lula, a garra para a superação. E delas, e da madrinha e do padrinho, o exemplo do amor generoso. O que tenho de ruim, conquistei sozinha.
 
Fruto de uma observação da Cleide, pude compreender melhor também o privilégio que temos - elas e eu e meus dois irmãos - de compormos uma grande família, onde as dificuldades existiram para nos unir, onde a distância geográfica tem uma única conseqüência, a saudades, e o quanto se pode ser capaz de desdobrar afetos para repartí-lo quase igualmente entre todos.
 
Uma vez, quando uma amiga resolveu fazer meu mapa astral, disse-me entre cautelosa e irônica, que na minha casa dos bens materiais eu não tinha nenhum planeta, significando, pelo que entendi, que a pretensão que jamais tive de ter bens, realmente jamais se realizaria. Mas, em contrapartida, disse ela, a minha casa da família e dos amigos, estava congestionada por planetas amontoados querendo dividir o espaço.
 
Convenço-me hoje disto. Minha herança astral é a melhor que alguém pode receber dos céus. E ter mãe e pai, irmãs e tios, primos e netos, além de amigos, doados pelos astros, é um privilégio que me faz também acreditar que o que adquiri sozinha não se sobrepôs ao que me foi doado.
 
Um beijo, irmãs. Vocês deram e dão o melhor sentido da minha vida: a generosidade é a melhor virtude. O resto é figuração.
 

 

 

publicado por Adelina Braglia às 09:46

Quando alguem fala em laço de sangue eu digo : mais importante que laço de sangue é o laço de amor, e digo isso por experiência própria: Tenho três irmãos , dois filhos, cinco netos e uma bisneta, todos enlaçados somente pelo amor.Essa capacidade que temos, voces e nós, de amar com generosidade, é a herança que recebemos de seus pais e de meus pais, pois eles eram, realmente, pessoas que se preeocupavam mais com os outros do que eles mesmos.
E voce querida irmã, de atéia não tem nada, pois alguem que se doou e doa aos menos favorecidos, como voce faz, cumpre o principal mandamento do Senhor: Amai o próximo como Eu vos amo, e quem ama o próximo ama a Deus na pessoa do irmão.
Que o próximo almoço não demore tanto a acontecer, pois a saudade já esta batendo no coração.
Beijos
Cleide a 18 de Maio de 2009 às 20:38

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