
Milk, a voz da igualdade, estréia no Brasil cercado de expectativa em torno da história de Harvey Milk, o primeiro parlamentar americano – num cargo equivalente ao dos nossos vereadores - a assumir publicamente sua homossexualidade, a morar com seu companheiro e a ser um ativista com mandato explícito contra a discriminação sexual, na década de 70, no século passado. Isso, no século passado, para que se perceba melhor sua coragem há 40 anos.
A luta de Milk incluia o direito dos homossexuais lecionarem nas escolas, um direito geral de cidadania, luta que às vezes ficou submersa pelos paetês e pelas gargantilhas cor-de-rosa que a imprensa destacava no movimento gay daquele período. E, ainda hoje.
A perseguição no trabalho, a discriminação na sociedade, e, muitas vezes, na família e na vizinhança, estão presentes e fazem vítimas todos os dias. Vítimas da crueldade física – é superior à média o índice de crimes cujas vítimas são homossexuais, sem esclarecimentos das polícias – e moral.
Harvey Milk foi assassinado em 1978, ao lado do prefeito de Nova York, George Moscone, também homossexual.. O motivo? Oficialmente um adversário estava enraivecido pela sua vitória eleitoral, em detrimento da própria derrota.
Os elogios a Sean Penn pelo desempenho como Milk asseguram que Penn revive sem imitar.
Minha reflexão é curta. Rasa. Direitos coletivos serão sempre frágeis enquanto direitos considerados hipocritamente como “seletivos” forem negados.