Não comentei os 40 anos do AI-5, completados ontem.
Os mais jovens possivelmente nem se deram conta desta data. Os mais velhos sofrerm na pele, na alma, na história, suas consequência. E os mais novos também, ainda que não se dêem conta disso.
No dia 13 de dezembro de 1968, o Governo baixava o Ato Institucional número 5, ceifando com uma canetada, magnanimamente - em nome da defesa do país contra o perigo comunista - a liberdade do Congresso, da imprensa, dos sindicatos, do movimento estudantil, das pessoas. Cortava pela raíz o movimento que florescia, pela retomada da democracia, esta também ceifada quatro ano antes pelo golpe militar.
O Estadao está no ar com uma matéria muito boa sobre essa "comemoração". E foi lá também que li hoje uma outra notícia sobre "períodos de exceção". Moderna e fervorosamente defendidos. Assim, simples.
''É hora de medidas de exceção''
O presidente da Vale, Roger Agnelli, defende medidas de exceção para enfrentar a crise econômica global. Agnelli tem discutido o assunto com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de quem é um interlocutor privilegiado. Ele sugeriu a Lula a flexibilização temporária das leis trabalhistas, "para ganhar tempo até que a situação melhore", e afirma que aceita abrir mão do próprio salário. Segundo ele, a proposta já foi apresentada também a alguns sindicatos (...)"
Pois é. As liberdades democráticas, recuperadas nestes 40 anos levam uma verdadeira trombada com as "liberdades econômicas". Magnânimas. Como a do Sr. Agnelli.
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