O professor Sérgio Sapucahy foi meu vizinho. Ele e Oledir foram os melhores vizinhos e amigos que eu poderia ter, na chegada a Belém.
Um homem afável. Gentil. Inteligente. Tímido. O contraponto da figura desabrida que se tem dos cariocas. Mas gostava muito de um bom samba.
Lima Barreto era seu autor predileto.
Refratário a cargos e a conchavos. Leal. Sempre. À família, aos amigos, aos colegas e aos alunos.
O Professor Sérgio Sapucahy morreu. Deve estar agora conversando com Lima. Ouvindo um bom samba. E abençoando sua família, seus amigos, seus colegas e seus alunos.
Lembrei dessa música enquanto sentia muita saudade das conversas que não vamos mais ter. Uma música que nos manda tocar em frente. Ainda que o caminho fique cada vez mais árduo sem os amigos. Mas porque o verso diz
"... Todo mundo ama um dia, todo mundo chora,
Um dia a gente chega, e no outro vai embora.
Cada um de nós compõe a sua história
Cada ser em si carrega o dom de ser capaz,
E ser feliz..." (Almir Satter)