" Se a esperança se apaga e a Babel começa, que tocha iluminará os caminhos na Terra?" (Garcia Lorca)

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Ago 08

 

Meu amigo Sérgio Gribel morreu.
 
Fui despedir-me dele. Não, não é verdade. Fui abraçar a Raquel e a Renata. Do Gribel, não vou me despedir. Ainda que não nos sentemos mais na sua varanda, ainda que não haja mais o enorme litro de uísque que ele sorvia com prazer ou a minha vodka congelada – ou a cerveja sem álcool, pois ele era mestre em entender incongruências.
 
Estas coisas é que dão a medida da sua morte. A não-varanda, a não vodka, a não-conversa. Só isso. Ou, tudo isso.
 
Lembro suas histórias. Do Colégio Pedro II, das ruas do Rio de Janeiro da sua adolescência, da Albrás. Dos sonhos que sonhamos juntos.
 
Velho companheiro.
 
Nana Caymmi, aqui perto de mim, canta para nós.
 
 
 
Velho companheiro 
Que saudade de você
Onde está você?
Choro nesse canto a tua ausência
Teu silêncio
E a distância que se fez
Tão grande
E levou você de vez daqui
Sabe, companheiro,
Algo em mim também morreu
Desapareceu
Junto com você
E hoje esse meu peito mutilado
Bate assim descompassado
que saudade de você.
 
(Meu silêncio – Cláudio Nucci)
 
 

 

publicado por Adelina Braglia às 13:46

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