De volta ao blog numa travessia sem muitos músculos adquiridos - a idade já não favorece! - mas respirando melhor.
2015 tem cheiro e dados de 1998, com alguns milhões de brasileiros a mais, cheios de esperança. Saravá!
Nessa casca sexagenária, olhos de vinte e poucos anos enxergam o mundo com desfonfiança na nossa capacidade em escolher a trilha civilizatória e não a da barbárie, desde a mais brutal à mais sofisticada. É certo que entre o olhar de vinte e poucos anos e a realidade dos 65, alguns medos foram vencidos, um ou outro anseio superado, meia dúzia de desejos realizados e várias expectativas resolvidas, ainda que umas pela metade. Mas uma imorrível (gostaram) e estúpida esperança persiste.
Ainda assobio canções na rua ou nos corredores, vício juvenil, que hoje provoca estranheza em quem cruza comigo e me faz, às vezes, assumir a censura e engolir o assobio. Mudei alguns conceitos sobre a bondade humana, mas acredito que ela pode ser plantada e cevada pelos controles sociais. Uma enorme revisão da teoria de Rousseau, que cultuvei por décadas, reconheço.