Estava o homem olhando a própria silhueta na parede.
Mais do que sombra, aquilo era uma silhueta.
Olhou-a novamente e mais uma vez.
Despediu-se: Até sempre, camarada.
Atravessou a rua, jogou-se da ponte.
Alguns dizem que a silhueta o acompanhou.
As coisas do coração ficam em prateleiras, como nos supermercados: razoavelmente arrumadas, por especialidades e preços/riscos.
As coisas da razão, estas parecem um antigo açougue: exibem-se penduradas em ganchos, quase berrando como os bois sangrando.
Tenho andado muito no açougue.
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