No país do “non sense” - não, não me refiro ao gênero literário que prima por ter Lewis Carrol e a maravilhosa Alice como estrelas - falta-nos tudo: verdade, dignidade e justiça. E, sem isso, não somos uma sociedade: somos um ajuntamento de interesses espúrios, arranjos circunstanciais, mentiras repetidas e confirmadas pelas fontes oficiais.
Os bufões indecentes do atual “non sense” verde-amarelo - conduta contrária ao bom senso, segundo Mestre Houaiss - são o ex-presidente Lula, o ex-ministro da Defesa Nelson Jobim e o ministro do STF, Gilmar Mendes, que, desta vez posa de mocinho e, desta vez, o é, ainda que um dandi arrogante, amigo do peito de Daniel Dantas (o homem do Opportunity e primeiro amigo de Lula Filho).
Gilmar Mendes cutucou até o relator do mensalão, o Ministro Joaquim Barbosa, afirmando que Lula o chamou de complexado! Fez barba, cabelo e bigode, como se dizia na minha vizinhança de infância!
Ativar a CPI do Cachoeira, mostrando que todos se beneficiam e se locupletam, independente do partido ou do cargo que ocupam, foi usado por Lula para atiçar a fogueira da mídia e, enquanto isso, ter um “papinho” com Gilmar Mendes sobre a inconveniência do processo do mensalão ser julgado agora. Aliás, Lula e sua turma têm sido useiros e vezeiros em provar que a honestidade é relativa, a ética é temporária e verdade é invenção de desafeto. Mas, que a "paura" do mensalão pesou, disso não há dúvida! Afinal, no relatório do Ministro Barbosa aprende-se que a formação de quadrilha é uma arte adredemente exerida por Zé Dirceu e sua gang.
O Ministro Joaquim Barbosa - o complexado, segundo nosso rei - relembra que os 40 do mensalão, segundo o Procurador Geral da República compuseram uma “...sofisticada organização criminosa, dividida em setores de atuação, que se estruturou profissionalmente para a prática de crimes como peculato, lavagem de dinheiro, corrupção ativa, gestão fraudulenta, além das mais diversas formas de fraude”
O Ministro Barbosa, no seu relatório, afirma que “ ... No julgamento desta ação penal, serão analisados apenas os supostos desvios de recursos da Câmara dos Deputados e do Banco do Brasil. Há outros inquéritos e ações em que se investigam possíveis ilícitos praticados pelas mesmas empresas por meio de contratos celebrados, naquele período, com os Correios, a Eletronorte, o Ministério dos Esportes e outros órgãos públicos.” Imagine-se que se “só isto” já deu no que deu, o que virá depois!
Além do PSDB, reputado pelo Ministro Barbosa como o partido que inaugurou a “mesada” para partidos e políticos, no governo de Eduardo Azeredo em Minas Gerais, são citadas pessoas e agremiações partidárias que se beneficiaram do mensalão, através das mais variadas artimanhas, típicas das quadrilhas e da Máfia: “... empréstimos estes pactuados e renegociados de forma aparentemente irregular e fraudulenta, mediante garantias financeiras de extrema fragilidade, havendo indícios de que foram celebrados para não serem pagos (empréstimos em tese simulados). Teriam, ainda, idealizado o mecanismo de lavagem de capitais narrado na denúncia, permitindo que se realizassem, nas dependências de agências da instituição (São Paulo, Minas Gerais, Brasília e Rio de Janeiro), as operações de saque de vultosas quantias em dinheiro vivo, sem registro contábil, operacionalizadas através de mecanismos tendentes a dissimular os verdadeiros destinatários finais dos recursos.”
Allons enfants! La patrie est nue!