" Se a esperança se apaga e a Babel começa, que tocha iluminará os caminhos na Terra?" (Garcia Lorca)

09
Jun 10

 Maria das Graças Alfaia Fonseca,  Juíza de Direito Titular da.Vara de Crimes contra Crianças e Adolescentes do Estado do Pará.

 

É uma honra ser contemporânea do seu senso de Justiça!

 

 

Crime e Castigo

 

A sentença condenatória do ex-deputado Luiz Sefer (ex-DEM, atualmente filiado ao PP) - 21 anos por estupro de uma criança de 9 anos - vai ficar como exemplo.

 

Seu significado e repercussão não dependem do tempo - maior ou menor - que os céleres e bem articulados advogados do criminoso condenado gastarão para reverter, em caráter precário, a ordem de prisão que pesa sobre o médico e empresário.
 

A experiência mostra - à exaustão, diga-se - que posição social e dinheiro - não necessariamente nessa ordem - costumam operar milagres em casos semelhantes.

  
Não importa. O recado está definitivamente dado.

  
A lei deve valer para todos. Deve ser proporcional ao agravo praticado e, que ninguém esqueça, no caso específico, esteve permeado da mais cristalina monstruosidade.

  
As próximas horas vão confirmar se a corajosa decisão da juíza Maria das Graças Alfaia Fonseca significará o início de um novo tempo ou, abatida em pleno voo, restará apenas como um espasmo de retidão e dignidade num mar putrefato de pequenas e grandes covardias.

 

publicado por Adelina Braglia às 08:26

 

 

E o homem justo seguiu o enviado de Deus,

alto e brilhante, pelas negras montanhas.

Mas a angústia falava bem alto à sua mulher:

“Ainda não é tarde demais, ainda dá tempo de olhar

 

as rubras torres de tua Sodoma natal,

a praça onde cantavas, o pátio onde fiavas,

as janelas vazias da casa elevada

onde deste filhos ao homem bem-amado”.

 

Ela olhou e – paralisada pela dor mortal -,

seus olhos nada mais puderam ver.

E converteu-se o corpo em transparente sal

e os ágeis pés no chão se enraizaram.

 

Quem há de chorar por essa mulher?

Não é insignificante demais para que a lamentem?

E, no entanto, meu coração nunca esquecera

quem deu a própria vida por um único olhar.

 

(Anna Akhmátova)

 

Obrigada, Ana Diniz.

publicado por Adelina Braglia às 05:19

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