" Se a esperança se apaga e a Babel começa, que tocha iluminará os caminhos na Terra?" (Garcia Lorca)

30
Jun 10

 

 

 

Era fácil encontrar o Luiz na calçada do Rubão.

 

Sereno, parecia estar ali há séculos, olhando o céu e poetando.

 

A gentileza personificada. O afeto gratuito.

 

Uma noite, entre os muitos frequentadores do Rubão, foi o único a preocupar-se em  vestir uma garota de rua, que andava nua pela calçada.

 

Hoje, seu coração cansou de bater.

 

Vá em paz, poeta. Esse não é mesmo um tempo de sensibilidades.

publicado por Adelina Braglia às 21:45

25
Jun 10

FUTEBOL, CATIMBAS E “FEITIÇOS” - Ney Lopes

 

 

Copa do Mundo rolando, O Globo, em sua edição de 20 de junho estampava matéria assinada por José Meirelles Passos, enviado especial do jornal à Costa do Marfim, país dos adversários do Brasil naquele dia. Intitulado “Superstição: sem juju empate é lucro”, o texto versava sobre o emprego de recursos sobrenaturais, de magia, nas disputas de futebol.

 

“A superstição tem raízes fortes neste país do oeste da África”, dizia, à certa altura o autor, para introduzir a seguinte história: Em 1992 o ministro dos esportes marfinense teria reunido “um batalhão de feiticeiros”, encarregando-os de um “trabalho” para que a seleção nacional fosse vitoriosa no final da Copa das Nações da África. Entretanto, apesar do sucesso da equipe, o trabalho feito não teria sido devidamente remunerado. E aí os ritualistas (no texto chamados de “juju”, quando esse termo designa o “trabalho” em si, e não o agente realizador) teriam buscado o efeito contrário, o que fez com que a seleção da Costa do Marfim ficasse sem ganhar nada por dez anos, até 2002.

 

Nesse ano, afinal, as contas teriam sido acertadas, recebendo os “feiticeiros”, além do pagamento, “um farto suprimento de rum”. Essa curiosa matéria, mesmo sendo verídicos os fatos narrados, reforça alguns estereótipos sobre a cultura africana, como sejam: o de que a religiao africana é apenas um conjunto de superstições; e o de que todo ritualista africano é feiticeiro, além de alcoólatra. Em 1950, como informamos em nosso “Kitábu, o livro do saber e do espírito negro-africanos” (Senac-Rio, 2005), o antropólogo francês Marcel Griaule afirmava a existência de um ontologia negro-africana, baseada numa estrutura religiosa firme e digna. E quem se debruçar sobre essa estrutura vai logo verificar a enorme distância existente, dentro dela, entre um feiticeiro e um ritualista, sacerdote ou curador.

 

O primeiro, é sempre um agente de desintegração destruição, temido e não respeitado, vivendo à parte do grupo. Já o segundo, conjurando malefícios, naturais ou provocados, agrega força vital, soma e constrói, sendo por isso sempre um líder e benfeitor de sua comunidade. E não se diga que a medicina tradicional africana é arcaísmo.

 

Ainda agora mesmo, em 1991, era publicado nos Estados Unidos o livro “Self-Healing Power and Therapy: old teachings from Africa”, do mestre congolês K.Bunseki Fu-Kiau, Ph.D. em Educação e Desenvolimento Comunitário pelo Union Institute de Cincinnati, Ohio. A obra, que chegou até nós graças à generosidade do amigo professor Zeca Ligiero, é um livro que só confirma o francês Marcel Griaule, pois transmite altos ensinamentos, como os contidos no seguinte provérbio:

 

“Os pássaros têm asas e penas porque elas lhes foram legadas por outros pássaros, através de herança genética. E só voam porque continuam a praticar a arte desenvolvida por seus ancestrais”.

 

Feitiçaria é outro papo.

 

 

publicado por Adelina Braglia às 00:49

24
Jun 10

Aqui vai o que posso chamar de meu.

 

Cinco jarros grandes de folhagens.

 

Quatro samambaias. Três orquídeas.

 

Um pé de íris amarela. Duas folhagens pequenas das quais não sei o nome. Uma linda jibóia plantada junto com a íris e que agora sobe, elegante, pelo tipiti pregado à parede.

 

Um computador, CDs, livros. Minhas roupas. Sandálias. Dois perfumes. Três bolsas. E uma caixa de sabonetes maravilhosos.

 

Quatro porta-retratos, oito ou nove álbuns de fotografias (embora nestes estejam fotos que apropriei dos irmãos...rsrsrs...).

 

Minhas bonecas negras de Camiranga. Minha banda de blues. Dois porquinhos cheios de moedas para dar pra Bia no seu aniversário (junto com o meu!).

 

Catarina e Juliana, as gatas, não são minhas, embora nestes dez anos de convívio com elas, eu tenha muitas vezes tido esta ilusão. Mas estão comigo. Meu aquário dei de presente há poucos dias.

 

As pessoas que amo, nenhuma é “minha” em que pese o vício recorrente de dizer – e pensar - “meus filhos”, “meu irmão”, “minhas irmãs”, “minha companheira”, “minha neta”, “minha nora”, “meus amigos”. Mas sei que o amor que me têm é minha propriedade imaterial indissolúvel. E essas memórias de afeto são minhas.

 

Enquanto escrevo, penso que alguns têm razão: jamais consegui ser virtuosa na aquisição de bens. Não, não considero isto uma qualidade. É apenas uma constatação. Ou melhor, talvez seja uma tímida justificativa para os que esperavam que eu tivesse essa capacidade. Ou esse desejo.

 

Desde muito jovem tinha essa certeza: jamais acumularia nada. Nunca sonhei em ter a casa, o carro. Muitas vezes me enraiveci porque não podia comprar o livro ou o disco. É, eu sou do tempo do disco. Outras vezes, mais “humana.” também senti raiva por não poder comprar aquela bolsa linda, marrom.

 

Lamentei muitas vezes não ter viajado mais. Mas vou fazer algumas viagens.

 

Os sonhos e as esperanças também não eram meus. Eram coletivos e dependiam de tantas circunstâncias que pouquíssimos se realizaram. Saber isto me traz o alívio da culpa de  ser responsável pelo mal estar da humanidade. Touché!.

 

Com tudo isto, ainda às vezes um sentimento de inquietude circula por dentro de mim, driblando a sensação de que eu me sinto bem. Pra ele, o impertinente, refaço o verso de Aldir Blanc: 61 anos, “ perdôo a todos, não peço desculpas, foi isso que eu quis viver.”

publicado por Adelina Braglia às 08:58

20
Jun 10

Opa!

Pilantra ( no Patatá, ali ao lado) é muito, muito melhor do que Galvão!

Transponha seu texto para a nossa seleção! 

 

O Fodebotas 

 

O fodebotas não é meu, muitíssimo infelizmente.
Vem dos primórdios da bola e dos arcanos do Douro, o de arribas etílicas e agrestes, do tempo dos avós sibilinarem ‘andásteis’ no fodebotas, canalha,
quando meter-se ao Douro era um tratado nem sempre de Tordesilhas
quando as matriarcais eclusas ainda não lhe haviam posto cabresto.


Jogava-se a bola, fodiam-se as botas quando não as unhas, porra.
E lágrimas, baba e ranho aconchegavam-se na manga antes do cloreto.


Com as novas tecnologias, perdemos de vista o fodebotas
da canalha a norte e dos putos a sul
e chegámos ao fodorelhas da vuvuzela elefantina
e agora andamos todos de esperanças:
os milhares de treinadores, olheiros, jogadores, entendidos e árbitros de sofá bitatam esclarecimentos, sugestões, correções avulsas.


Entretanto, começou o aranzel e eu corri para o meu sofá.
E estala a bomba:


Deco já não se lembra como se joga


Coentrão ensinou como se corria mas não pegou


Liedson marcou o golo que já não valia


Miguel sente saudades da naite naice


E Cristiano Ronaldo é o capitão.


Capitão?

 

Ele já não joga nem sozinho nem acompanhado,


o tipo é bom é a vender cueca!

publicado por Adelina Braglia às 08:26

As letras da política nacional embaralham-se mais a cada eleição. Em alguns estados, em 2010, rompe-se a aliança nacional. O PT vai para um lado, o PMDB para o outro, o PSB pega uma vereda e o PC do B e setores do PT  enfrentam os Sarney no Maranhão, com a candidatura de Flávio Dino. Ponto pra eles!

 

A lei da Ficha Limpa vem trazer à vida partidária um fato comum na vida do cidadão: o atestado de bons antecedentes. Aquele que o seu Zé tira para arranjar um emprego no supermercado, agora vale para os nossos grandes mandatários.

 

Espera-se grande turbulência nos Tribunais, pois, cá sabemos que cada caso é um caso. O Estadão inclui entre os inelegíveis dois do DEM-DF (Junior Brunelli e Leonardo Prudente)que renunciaram para não serem cassados. Vai valer para todos?

 

Alguns ainda  se surpreendem com a postura do Lulismo frente às alianças regionais, mas esqueceram-se da Carta aos Brasileiros de 2006, um retrocesso programático de mil quilômetros para vencer a um precinho camarada – para o sistema financeiro, é claro, e para a nata da companheirada -  e da última resolução do 4º Congresso, este ano.

 

Ali estão expressas uma batida no cravo “...nosso projeto está vinculada à nossa capacidade de fortalecer um bloco de esquerda e progressista, amparado nos movimentos sociais, intelectuais e todos os setores comprometidos com o projeto de desenvolvimento implementado pelo governo Lula.” e outra na ferradura “...Dependerá também da capacidade de agregar forças políticas de centro”. Ou seja, vale tudo pela manutenção do poder. A eleição da “companheira Dilma” vale qualquer tostão a mais. Mesmo moedas apodrecidas como as dos aliados (de centro???) do Maranhão.

 

Para colorir esse cenário, o Ministro do Planejamento retira do ar o site do ministério que fazia reflexões críticas sobre os resultados das políticas sociais. Seu melhor argumento? Deveria haver uma reflexão para os gestores e outra para o público em geral.

 

E o Presidente ontem fez um grande forró na Granja do Torto e comandou uma procissão com seus  convidados. E eu lembrei do Gil, que saiu em tempo desse pátio dos milagres:

 

 

publicado por Adelina Braglia às 08:09

10
Jun 10

"Dilma Rousseff, odores e cores

 

 

Neste domingo fui a uma feijoada de comemoração do aniversário de minha nora. Lá, encontrei minha ex-mulher e ex-companheira de presídio de Dilma Rousseff.

 

O ambiente festivo não permitia muita conversa, mas consegui ouvir dela, sobre Dilma, duas coisas interessantes: aos 25 anos, Dilma já demonstrava claramente sua vocação para a vida política. O mesmo não era possível dizer quanto a suas habilidades com as tintas: resolvida a pintar as camas da cela em que vivia de cor-de-abóbora ou laranja, pensou que conseguiria a cor desejada misturando vermelho com branco. Resultado: as camas ficaram cor-de-rosa.

 

Quando da famosa greve de fome do pessoal da ALN, sobre a qual já falei aqui, as meninas que não aderiram à greve estavam um tanto acanhadas ao preparar as refeições. Algumas propuseram que não utilizassem ingredientes com cheiros fortes. As meninas que estavam em greve de fome sentiriam o cheiro e ficaria mais difícil agüentar o sacrifício. Dilma não titubeou: nada disso. Vamos utilizar os ingredientes de sempre. Elas estão em greve de fome porque querem. Não temos nada a ver com isso. E assim foi feito."

 

(do Bazar do Santos Passos, em 18/08/2008, aí à esquerda).

publicado por Adelina Braglia às 09:02

Prefiro verdades cruas.

Como alfaces sem tempero.

 

Carinho, como legumes:

levemente refogados.

 

Mentiras, como jilós:

não engulo em hipótese alguma.

 

Percalços, como tangerinas:

gomo a gomo, tirando a semente.

 

Amigos, como chocolates:

lambuzo-me da cabeça aos pés.

publicado por Adelina Braglia às 00:10

09
Jun 10

 Maria das Graças Alfaia Fonseca,  Juíza de Direito Titular da.Vara de Crimes contra Crianças e Adolescentes do Estado do Pará.

 

É uma honra ser contemporânea do seu senso de Justiça!

 

 

Crime e Castigo

 

A sentença condenatória do ex-deputado Luiz Sefer (ex-DEM, atualmente filiado ao PP) - 21 anos por estupro de uma criança de 9 anos - vai ficar como exemplo.

 

Seu significado e repercussão não dependem do tempo - maior ou menor - que os céleres e bem articulados advogados do criminoso condenado gastarão para reverter, em caráter precário, a ordem de prisão que pesa sobre o médico e empresário.
 

A experiência mostra - à exaustão, diga-se - que posição social e dinheiro - não necessariamente nessa ordem - costumam operar milagres em casos semelhantes.

  
Não importa. O recado está definitivamente dado.

  
A lei deve valer para todos. Deve ser proporcional ao agravo praticado e, que ninguém esqueça, no caso específico, esteve permeado da mais cristalina monstruosidade.

  
As próximas horas vão confirmar se a corajosa decisão da juíza Maria das Graças Alfaia Fonseca significará o início de um novo tempo ou, abatida em pleno voo, restará apenas como um espasmo de retidão e dignidade num mar putrefato de pequenas e grandes covardias.

 

publicado por Adelina Braglia às 08:26

 

 

E o homem justo seguiu o enviado de Deus,

alto e brilhante, pelas negras montanhas.

Mas a angústia falava bem alto à sua mulher:

“Ainda não é tarde demais, ainda dá tempo de olhar

 

as rubras torres de tua Sodoma natal,

a praça onde cantavas, o pátio onde fiavas,

as janelas vazias da casa elevada

onde deste filhos ao homem bem-amado”.

 

Ela olhou e – paralisada pela dor mortal -,

seus olhos nada mais puderam ver.

E converteu-se o corpo em transparente sal

e os ágeis pés no chão se enraizaram.

 

Quem há de chorar por essa mulher?

Não é insignificante demais para que a lamentem?

E, no entanto, meu coração nunca esquecera

quem deu a própria vida por um único olhar.

 

(Anna Akhmátova)

 

Obrigada, Ana Diniz.

publicado por Adelina Braglia às 05:19

03
Jun 10

A minha decantada, anunciada e ansiada volta a São Paulo está ancorada no INSS.

 

Resolvi relatar minha saga, pois quem sabe algum dos meus sábios sabe como me safo desta.

 

Ato 1 – em 1999 resolvi saber exatamente quanto tempo de contribuição eu tinha. De contribuição, pois de trabalho eu tinha 25 anos, mas devo á Prefeitura e à Câmara Municipal de Marabá, entre outros “empregadores” alguns anos trabalhados sem que a contribuição jamais fosse recolhida.

 

A Certidão de Tempo de Contribuição, CTC – guardem esta sigla, pois ela voltará à nossa trama – foi emitida no Posto do Jurunas, pois eu morava ali na época, e averbada na minha carteira profissional. Eu tinha 17 anos, 8 meses e alguns dias de contribuinte.

 

Ato 2 – Decidida a aposentar-me e a voltar pra onde meu umbigo está enterrado, contei e recontei meu tempo e em janeiro deste cheguei à conclusão que já tinha dois anos a mais do que a idade mínima e certamente o tempo total para a aposentadoria integral por contribuição.

 

Ato 3 – agendei pela Internet a data que mais me convinha e entre datas marcadas e desmarcadas por questões de trabalho, acabei indo apenas em maio, desta vez no Posto do Telégrafo.

 

Dona Fátima, que me atendeu gentilmente, verificou todos os meus papéis. Copiou todos. E disse que aquela CTC (viu, como a sigla voltou?) precisava de uma confirmação de que eu não a havia utilizado para aposentar-me pelo Governo do Estado, onde, à época da Certidão, eu trabalhava. Pensei comigo: Caramba, por princípio todo cidadão é bandido, mas não disse. E disse apenas pra Dona Fátima que o próprio INSS poderia fazer isto, de uma instituição para outra, que ela confirmou, mas disse que isso demoraria muito e que seria melhor eu tentar agilizar o procedimento.

 

Ato 4 – interessada em agilizar o procedimento, requeri à Casa Civil uma declaração que eu não havia utilizado aquela averbação, o que foi prontamente confirmado pela Diretoria de Recursos Humanos. De posse do meu papel, atestando que eu não era uma criatura que se locupletava de documentos para obter dupla aposentadoria, retornei ao INSS Telégrafo.

 

Ato 4 – Dona Fátima, aquela santa criatura, estava de licença. Mas, como eu acredito em esperança, fraternidade e solidariedade, coisas já tão fora de modo, acredito também que o serviço público é impessoal e pedi para ser atendida por outra pessoa.

 

A outra pessoa ouviu, olhou e não parecia muito interessada em resolver minha questão. Disse que ia chamar o Chefe daquele setor para me atender. Quarenta e cinco minutos depois o Chefe veio. Um jovem simpático, que localizou meu “caso”, examinou a declaração do Governo do Estado e disse que agora, de posse deste documento, eu deveria ir ao Posto do INSS do Jurunas e pedir o cancelamento da CTC (olha ela aqui, de novo!), pois isto dava inconsistência no sistema.

 

Não demonstrei a ele meu aparvalhamento. Afinal, caramba, o “sistema” não era capaz de ver que os 17 anos anteriores, mais os milhares de meses posteriores davam para eu completar o tempo de contribuição? Educadamente, perguntei isto de outra forma: não é possível juntar esta certidão ao restante do tempo que contribui? Não, responde ele, o “sistema” acusa inconsistência. Pedi que ele anotasse o que eu deveria fazer, temendo que eu estivesse surtando, mas, não! Está aqui, no papel, escrito com a letra dele: ir ao Posto do Jurunas e pedir o cancelamento da CTC.

 

Ato 5 – estamos agora neste pé, a CTC e eu. Orientada a não acatar de cara a sugestão de pedir o cancelamento da Certidão dada pelo próprio órgão, que para emiti-la ficou com toda a minha documentação original que comprovava aqueles 17 anos, estou pensando em algumas alternativas:

 

1 – engulo a CTC para que ninguém a tome de mim.

 

2 – desisto de aposentar-me e trabalho até a morte.

 

3 – vou a outro Posto do INSS perguntar se estes outros dois – Jurunas e Telégrafo – são insanos ou se a insana sou eu.

 

 

Se você tiver mais alguma, envie antes de domingo. Afinal, me dei este tempo para conviver com a CTC antes que me mandem, definitivamente, destruí-la. Respostas aqui no Blog.

 

 

publicado por Adelina Braglia às 20:41

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