" Se a esperança se apaga e a Babel começa, que tocha iluminará os caminhos na Terra?" (Garcia Lorca)

08
Mar 10

 

 

A pergunta é pra valer.
 
Eu não soube respondê-la hoje ao ler o noticiário.
 
A nota abaixo é parte da reportagem do Estadão on line, relatando os avanços das obras do teleférico que atravessará o Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, a exemplo do que foi feito sobre as favelas de Medellin, na Colômbia.
 
 
TRANSFORMAÇÕES

As transformações no Complexo do Alemão começaram a ocorrer depois da operação policial de junho de 2007, quando articulações começaram a ser feitas para evitar novos traumas no local que é considerado o QG do Comando Vermelho no Rio. Entusiasmado com a visita que havia feito em março do mesmo ano a Medellín, o governador Sérgio Cabral (PMDB) definiu que o Alemão receberia teleféricos semelhantes aos colombianos. Engenheiros passaram a viajar para aprender na Colômbia a tecnologia e a operação desse meio de transporte.

Para que as obras andassem, no entanto, assim como em Medellín, era preciso contar com a pacificação dos conflitos na região. Um fato importante ocorrido em novembro de 2007 facilitou o processo. O Morro do Adeus, que vai dar lugar a outra estação de teleférico e era dominado pelos traficantes do Terceiro Comando Puro (TCP), foi tomado pelo Comando Vermelho, que assumiu o controle do Alemão. Como na cidade colombiana, a hegemonia de uma facção arrefeceu a violência.

"Cheguei a temer que a rivalidade entre as facções pudesse tornar inviável o funcionamento do teleférico, já que o transporte cruzaria um território dividido", diz Wagner Nicacio, o Bororó, líder comunitário da Grota, uma das comunidades do Alemão. "Agora que só uma facção comanda os morros, a situação acalmou. Nunca vivemos período tão tranquilo."
publicado por Adelina Braglia às 06:20

 

 

 

 

Quando nasci um anjo esbelto,
desses que tocam trombeta, anunciou:
vai carregar bandeira.
Cargo muito pesado pra mulher,
esta espécie ainda envergonhada.
Aceito os subterfúgios que me cabem,
sem precisar mentir.
Não sou feia que não possa casar,
acho o Rio de Janeiro uma beleza e
ora sim, ora não, creio em parto sem dor.
Mas o que sinto escrevo.  Cumpro a sina.
Inauguro linhagens, fundo reinos
— dor não é amargura.
Minha tristeza não tem pedigree,
já a minha vontade de alegria,
sua raiz vai ao meu mil avô.
Vai ser coxo na vida é maldição pra homem.
Mulher é desdobrável. Eu sou.

 

 

(Com licença poética - Adélia Prado)

 

publicado por Adelina Braglia às 00:35

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