" Se a esperança se apaga e a Babel começa, que tocha iluminará os caminhos na Terra?" (Garcia Lorca)

12
Jul 09

 

 Conheça Mestre Candeia.

 

publicado por Adelina Braglia às 16:15

 

 

A história que a gente vos quer contar
Aconteceu um dia em Lisboa
Aonde o tempo corre devagar

Chegamos era cedo à ribeira
Ainda todo o peixe respirava
E a outra carne aos poucos definhava

O gemido do cordame das amarras
Juntava-se ao lamento dos porões
E o que nos chega fora são canções

A gente viu sair muita gente que dançava
Um estranho bailado em tom dolente
Marcado pelo bater das corrente

Anda linda
Vamos p´ra ver se é verdade
Que lá se pode ouvir cantar
Anda linda
Vamos ao poço dos negros
P´ra ver quem pode lá morar

Mais tarde fomos ter àquela parte da cidade
Que é mais profunda do que maré baixa
E a lua só visita por vaidade

De novo a estranha moda se dançava
Agora com suspiros de saudade
Agora com bater de corações

Anda linda
Vamos p´ra ver se é verdade
Que lá se pode ouvir cantar
Anda linda
Vamos ao poço dos negros
P´ra ver quem pode lá morar

Batiam-se com barriga e roçavam-se nas coxas
Os corpos já dourados de suor
E as bocas já vermelhas dos amores

Quisemos nós saber qual é o nome desta moda
Respondeu-nos um velho já mirrado
Lundum mas se quiserem chamem-lhe fado

Anda linda
Vamos p´ra ver se é verdade
Que lá se pode ouvir cantar
Anda linda
Vamos ao poço dos negros

 

P´ra ver quem pode lá morar
 
Travessa Do Poço Dos Negros (Luís Represas)
publicado por Adelina Braglia às 15:46

  ... a Bia, para que saiba que mantenho a esperança. Às vezes mais por teimosia do que por convicção...

 

 

publicado por Adelina Braglia às 06:56

 

 

Leio o jornal e penso: quanto tempo durará a sanha sarneisista? O Estadão, dono da denúcia, a mantém na pauta e leva o Folhão a mantê-la também.
 
A Fundação Sarney, com recursos da Petrobras, contratou uma empresa fantasma para ministrar curso de museologia, que jamais foi realizado. Esse convênio foi de 1,5 milhão. Mas há menores: cento e cinqüenta mil para a Associação dos Amigos do Bom Menino das Mercês , através de convênio com o Ministério do Turismo. do qual não prestou contas. Inadimplente desde janeiro, ainda assim a Associação recebeu seiscentos mil reais para quitar despesas de festas juninas. A Associação foi fundada e é controlada pelos Sarneys, em variações que vão de cunhada, tia ou sobrinhos.
 
A vala onde Sarney e os seus meteram-se há décadas é enorme. Tentáculos vão de nomeações de parentes em todos os graus em gabinetes diversos do Senado até a mais escancarada malversação de recursos públicos recebidos por Ministérios, empresas e autarquias governamentais por associações e fundações, além de empresas ganhadoras de concorrências para obras com valores um pouquinho superiores aos de mercado e até agora não totalmente demonstrados. Isso sem falar na rede de comunicação espalhada pelo Maranhão e alhures.
 
O  presidente Lula, com sua sensibilidade e consideração, já nos disse que  Sarney não é um homem comum, como um elogio. Desta vez parece que há discordâncias da sua opinião no populacho. O freguês da padaria onde comprei meu pão comentou hoje que acha Sarney um ladrão.
 
Penso que se Sarney quisesse oferecer uma canção ao Nosso Guia, que louva sua importância para a governabilidade, podeia ser essa:
 
 
 
publicado por Adelina Braglia às 06:44

10
Jul 09

 

 

 

 

publicado por Adelina Braglia às 19:27

 

 

publicado por Adelina Braglia às 19:23

publicado por Adelina Braglia às 19:07

 

Um país cínico começa mal nas origens.
 
Relendo um artigo do Professor Renato Lessa – A invenção republicana -descubro que meu mal estar de ontem ao ler as notícias sobre a aprovação da profissão de mototaxista tem explicações mais acadêmicas.
 
Por partes. O artigo de Renato Lessa lembra que “...O Brasil foi a única monarquia pretensamente constitucional na qual o Imperador era apresentado da seguinte maneira: "O Imperador assim o é pela unânime aclamação dos povos e pela graça divina." Na Europa, esses dois princípios foram separados por barricadas, e sangue foi vertido entre os defensores do direito divino e os do modelo da aclamação dos povos. Aqui, foi a pena de Antônio Carlos Ribeiro de Andrada que compatibilizou princípios ideológicos completamente diferentes.”
 
A Câmara aprovou que mototaxistas podem agora existir, desde que tenham dois anos de habilitação. Pronto. Percebeu? Sem coragem para proibir ou ampliar a discussão sobre uma profissão de altíssimo risco - da mesma forma que não se extinguiu o princípio contraditório da aclamação pelos povos contra a graça divina -  faz-se de conta que há alguma seriedade ou cuidado nessa regulamentação.
 
Para os mototaxistas, dois anos de carteira de habilitação. E para os engenheiros? Os médicos? Os motoristas de táxi? Nadinha? Podem exercer sua profissão impunemente porque nossas consciências estão salvas?
 
Da mesma forma que sou capaz de adivinhar que os argumentos a favor são todos patrióticos. O desemprego é o principal.  Não poderíamos aproveitar a onda e regulamentar a profissão de apontador de jogo do bicho? Afinal, todos trabalham, têm famílias para sustentar e o fazem na ilegalidade!
 
Não. Por incrível que pareça, não sou contra a regulamentação para os mototaxistas. Sou contra a hipocrisia e o cinismo com que ela nos chega, embrulhada em medidas de controle, quando só o que pesou foi o controle dos votos que esses desesperados trabalhadores representam.
 
 
O pior é descobrir que nosso processo é involutivo. Na manutenção do poder divino do Imperador e da sua aclamação pelos povos, havia um claro componente ideológico. Agora, há um claro e rasteiro oportunismo. Que nem sei justificar mais em que ponta do iceberg se ancora.
 
Tinham razão os Velhos.  Marx: a repetição da história só se dá como farsa. Machado de Assis: ao vencedor, as batatas.
 
publicado por Adelina Braglia às 13:35

 

Há anos não passo roupas. Muitos anos. Meu filho mais velho, com 30, sempre passou suas camisetas na adolescência.
 
Essa “falha” nas prendas domésticas – ah, eu as tenho, sem nenhuma vergonha! – deve-se a um trauma de infância. Minha poderosa mãe mandava-nos passar a roupa e conferia o serviço. Se encontrasse uma ruga, por pequena que fosse, na roupa passada, amarrotava-a e nos mandava passar novamente. Assim, quando adquiri autonomia de vôo na vida, nunca mais passei roupas.
 
É comum encontrar-me por aí, com uma blusa mal passada ou um vestido que não vê ferro há algum tempo. Se a Santa Zezé não passou, nem eu.
 
Hoje descobri que vou abrir mais uma ficha no arquivo “não faço mais”. Detesto descascar batatas cozidas. E acho que também se deve à mãe esse detestar. Ela fazia gnocci – ou nhoque – e nesses domingos descascávamos bacias de batatas cozidas. E não se podia deixar nenhum olhinho preto na superfície da dita cuja. E aquela película fina em que se transforma a casca da batata quando cozida, entranhava-se nas unhas!
 
Decidi agora que nunca mais descasco batatas cozidas e que se danem as lições de conservação da propriedade dos alimentos! A partir de hoje, cozinho-as descascadas e consumiremos apenas puro amido!
 
Tudo parece tão simples enquanto escrevo que chego a pensar que bastariam duas ou três decisões deste tipo para que algumas coisas também fossem eliminadas do cotidiano:  não ligo mais a TV. Ou de hoje em diante não voto mais. Ou,  como toda propriedade é um roubo – apud Proudhom – não pago mais meu aluguel...rsrsrsrs.....
publicado por Adelina Braglia às 13:08

08
Jul 09

 

 

 

 

Juca querido,
 
acalmada a raiva, enorme, assustadora, de ontem à tarde,  hoje pela manhã não fui trabalhar. Decidi que passaria a manhã em sua companhia. Andei pelo Ver-o-peso. Comprei um chá pra emagrecer! Juro!!!
 
Meu coração acelerado desde ontem, quando li no Paulo a notícia que jamais gostaria de ler, não me orientava muito pelas ruas. Tanto que entrei pra comprar a ração da Catarina e da Juliana – minhas poderosas gatas – e comprei .... chá emagrecedor! Que não vai adiantar nadinha, pois as coxinhas, as pizzas, as macarronadas – e as empadas!!! – teimam em me atentar.
 
Cheguei em casa agora e vi essa foto no Espaço. Resolvi roubá-la pra mim, pra conversar “ao vivo’ com você.  Você, meu amigo, ainda que não cultivemos uma amizade cotidiana. Um moço  - gostou? - ferino e doce, sarcástico e afetuoso, com o qual passei a conviver na leitura diária saborosa do Quinta ao dizer “Bom dia, Juca querido”. E isso passou a ser um bom sinal de que eu estou viva e ativa, tomando meu café na sua pseudo companhia..rsrsrs. ainda que prefira a cerveja daquele boteco!
 
E vou continuar assim. Porque você é muito mais do que o meu blogueiro preferido. Você é meu companheiro de viagem. E companheiros não se perdem por um câncer idiota qualquer.

Boa tarde, Juca querido.
 
Beijão procê.
 

 

publicado por Adelina Braglia às 13:45

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