Em meados dos anos 80, Jô Sares, então um bom humorista – hoje é um chatíssimo copydesquista – tinha um personagem ótimo: um general, amigo do ditador de plantão, acordava depois de alguns anos em coma e ao se situar na democracia reinante, assustava-se com as notícias e gritava: “Tira o tubo”. Mas, em seguida, ao saber detalhes da informação e percebendo que nada mudara muito, dizia “Bota o tubo!”.
Lendo hoje a informação de que o Presidente Lula mandou um recado para o STF, avisando que se aquele Tribunal votar pela extradição de Cesare Battisti e se ficar em suas mãos a decisão final sobre o caso ele não o mandará de volta à Itália, lembrei do personagem.
Se o STF age ou não corretamente, se o Ministro da Justiça tinha ou não razões para acatar o pedido de asilo, são outros tostões. O tostão da vez é o Presidente da República mandar recados ao Supremo Tribunal Federal do país, mais ou menos assim: “Dane-se o que vocês decidirem. Se cair na minha mão, faço o que achar melhor”.
O que tem a ver o tubo do Jô? Tirem ou botem. Ao seu gosto.