O Guia de Todos os Povos deve estar perplexo. Intuitivo como é, apostou que quando o desemprego batesse à porta da indústria automotiva, bastaria dizer aos companheiros empresários que deveriam então devolver os benefícios regiamente recebidos, via financiamentos governamentais. Inclusive com o FGTS dos companheiros trabalhadores.
SÃO PAULO - Os empresários não pretendem aceitar a exigência de contrapartidas, por parte do governo, que tenha como objetivo a manutenção dos empregos em troca das ações que beneficiaram as empresas neste momento de crise, como a desoneração de impostos e o aumento das linhas de crédito oferecidas pelo Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).”
Bem, parece que os companheiros empresários não estão mesmo no mundo para corresponder aos desejos do Guia e nem tudo corre bem por lá.
Que tal se ao invés dessa frustrada esperança, o Guia chamasse a gerentada da GM, da Volks, da Fiat, e pedisse a eles que apoiassem a companheirada, comprando um carro cada um? Um pedido assim, vindo do Guia de Todos os Povos, certamente seria acatado. Ou não?
TÓQUIO - A Toyota Motor informou na quarta-feira que cerca de 2.200 gerentes poderão comprar carros da companhia até o final do ano financeiro que acaba em 31 de março, em um esforço voluntário para ajudar a companhia a minimizar a deterioração do lucro.
A maior montadora de veículos do mundo deve sofrer seu primeiro prejuízo operacional, atingida por acentuada queda na demanda por carros no mundo. As receitas devem recuar 18 por cento em relação ao ano anterior.
"Não é uma decisão da empresa, mas os gerentes aparentemente criaram um programa voluntário em uma reunião informal", afirmou Keisuke Kirimoto, porta-voz da montadora.”
Vamos lá, nosso Guia. O Japão, ao contrário do que pode indicar sua intuição, faz mais do que quimonos e espadas samurais. Sustenta coletivamente seu consumo interno.Ah! E seus filhos - não, não são os seus, nosso Guia - cometem o harakiri. Especialmente quando pegos em atitudes desonestas, contra seu país. Será que o Meirelles, que não é assim tão intuitivo, lê Mangá?