A partida não é para breve, camarada.
Ainda sentaremos no seu pátio,
para curtir o café e o papo.
Partir levará um pouco mais que o tempo do plantio, do cultivar e da colheita do milho.
Mas, vou mesmo colher o que plantei, longe daqui.
Levo você - e mais uns poucos -
na memória dos afetos que floresceram
e deram muitos bons frutos.
As ervas daninhas, já as larguei no caminho.
E uma mistura de falsa humildade
- e real desalento – garantem:
os que nasceram aqui sempre sobreviverão sem mim,
eu, que sonhei um dia, que a partir da curva do Tocantins, mudaria o mundo.
Que não mudou como eu sonhei.
Mudei eu, ao longo das décadas.
Não sei se como o milho, mas amadureci.
...rsrsrs...
Sinto-me, às vezes, inútil.
Inadequada quase sempre.
Confundo-me, às vezes, com aquela “canjiquinha” com gosto de nada
que alguns teimam achar que se parece mesmo com o curau.
.
Abração.
Com saudades.