" Se a esperança se apaga e a Babel começa, que tocha iluminará os caminhos na Terra?" (Garcia Lorca)

15
Dez 08

 

Não comentei  os 40 anos do AI-5, completados ontem.

 

Os mais jovens possivelmente nem se deram conta desta data. Os mais velhos sofrerm na pele, na alma, na história, suas consequência. E os mais novos também, ainda que não se dêem conta disso.

 

No dia 13 de dezembro de 1968, o Governo baixava o Ato Institucional número 5, ceifando com uma canetada, magnanimamente - em nome da defesa do país contra o perigo comunista  - a liberdade do Congresso, da imprensa, dos sindicatos, do movimento estudantil, das pessoas.  Cortava pela raíz o movimento que florescia, pela retomada da democracia, esta também ceifada quatro ano antes pelo golpe militar.

 

O Estadao está no ar com uma matéria muito boa sobre essa "comemoração". E foi lá também que li hoje uma outra notícia sobre "períodos de exceção". Moderna e fervorosamente defendidos. Assim, simples. 

 

''É hora de medidas de exceção''

 

 

O presidente da Vale, Roger Agnelli, defende medidas de exceção para enfrentar a crise econômica global. Agnelli tem discutido o assunto com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de quem é um interlocutor privilegiado. Ele sugeriu a Lula a flexibilização temporária das leis trabalhistas, "para ganhar tempo até que a situação melhore", e afirma que aceita abrir mão do próprio salário. Segundo ele, a proposta já foi apresentada também a alguns sindicatos (...)"
 

 

 

Pois é. As liberdades democráticas, recuperadas nestes 40 anos levam uma verdadeira trombada com as "liberdades econômicas". Magnânimas. Como a do Sr. Agnelli.

 

  

ATUALIZANDO

 
 
No peculiar capitalismo brasileiro, o lucro - sempre legítimo e inquestionável - é do capitalista.
 
Quando o prejuízo se avizinha - como agora com a crise - ele é socializado.
A socialização via renúncia tributária já está caminhando, e bem.
Agora já aparecem as primeiras propostas de mandar a conta para os trabalhadores.
A parte que vai ser paga com desemprego já foi apresentada e já está sendo paga por alguns.
Agora vem a de suspensão dos direitos dos trabalhadores.
A proposta é inconstitucional, pura e simplesmente. O art. 7º da Constituição da República positivou - perdão pelo juridiquês - o princípio da proibição do retrocesso social.
Essa conta tem que ser pendurada em outro prego que não esse.
 
 
(Comentário perfeito, no Blog do Alencar, aí ao lado, hoje, 15.12.2008.)
publicado por Adelina Braglia às 01:43

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