" Se a esperança se apaga e a Babel começa, que tocha iluminará os caminhos na Terra?" (Garcia Lorca)

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Nov 08

 

 

Egberto Girmonti (com Geraldo Carneiro), Apesar de tudo  "...cante um samba atormentado pra se amparar..."

 

Eduardo Gudin,   Paulista  "...manhãs frias de abril...se a avenida exilar seus casarões quem reconstruirá nossas ilusões... se os seus sonhos emigraram sem deixar nem pedra sobre pedra pra poder lembrar, dou razão, é difícil hospedar no coração sentimentos assim..."

 

Arrigo Barnabé,  Suspeito, "..você tem medo de fazer amor comigo, você tem medo de acordar com um bandido, e ver no espelho escrito com batom: - Tchau trouxa, foi bom!..."
 

Arnaldo Antunes, (com Gilberto Gil) As coisas, "... têm peso, massa, volume, tamanho, tempo, forma, cor, posição, textura, duração, densidade, cheiro, valor, consistência, profundidade, contorno, temperatura, função, aparência, preço, destino, idade, sentido. As coisas não têm paz"

 

Paula Toller (ela sim!!!), cantada por Adriana Calcanhoto em Oito anos, "...por que os dedos murcham quando estou no banho, por que as ruas enchem quando está chovendo?..."

 

Ginga, Canção desnecesária, "...Abrace o precipício e valse a valsa imersa num silêncio insano.."

 

 

 

 

 

 

 

 

publicado por Adelina Braglia às 08:11

 

 

Eu não gosto das explícitas manifestações públicas de amor, euforia, dor.
Sentimentos são mais bem expressos na intimidade.
 
Não gosto de batizados, velórios, casamentos, chás-de-qualquer-coisa
e, ultimamente, também não gosto de aniversários.
 
Não gosto de comer sozinha e detesto barulhos que não condizem com o que pretendo naquele momento. Nestes momentos, até as músicas que gosto às vezes incomodam, se não são elas minha intenção.
 
Não gosto de ajuntamentos, multidões. Mais de quatro é comício
e há muito detesto comícios.
 
Há alguns anos chamaria tudo isso de mau humor.
Hoje chamo de direito adquirido.
 
Gosto de poucas pessoas e delas sinto falta, ainda que não me esforce mais para tê-las perto. Gosto mais de comer em boa companhia, do que de comer boa comida.
 
Gosto de música e poemas, mas cada vez gosto menos dos “modernos”,
exceção feita a Geraldo Carneiro, poeta e letrista e a Arnaldo Antunes, idem.
 
Gosto muito de cinema, mas quase não encaixo mais esse prazer
no tempo desperdiçado com as coisas que não gosto.
 
 
PS: 
 
Se eu me conhecesse hoje, me acharia uma chata.
Mas, me conhecendo há tanto tempo, considero-me, justificadamente, seletiva.
 
 
 
publicado por Adelina Braglia às 07:51



Escadas de caracol
Sempre
São misteriosas,

conturbam...
Quando as desce, a gente
Se desparafusa...
Quando a gente as sobe
Se parafusa
- o peito
estreito -
o teto descendo
Descendo, descendo como nas histórias de imortal horror!
Mas de que jeito,
Mas como pode ser,
Morrer cair rolar por uma escada de parafuso?
Além disso não têm, pelo que dizem,

nenhuma acústica...
Oh! não há como as escadarias daqueles antigos edifícios públicos
Para ser assassinado...
Porém não fiques tão eufórico,
- nem tudo são rosas:
Há,
No sonho das velhas casas de cômodos onde moras,
Passos que vêm subindo degrau por degrau em direção ao teu quarto
E “sabes” que é um fantasma chamejante e fosfóreo
- o corpo todo feito de inconsumíveis labaredas verdes!
O melhor
Mesmo
É fechar os olhos
E pensar numa outra coisa...
Pensa, pensa
- o quanto antes!
Naquelas pobres escadarias de madeira das casas pobres
- escurinho dos teus primeiros aconchegos...
Pensa em cascatas de risos
Escada abaixo
De crianças deixando a escola...
Pensa na escada do poema
Que tu
comigo
vens descendo
agora...
(Hoje em dia todas as escadas são para descer)
Mas não! este poema não é
Nenhum
Abrigo
Antiaéreo...
Ah, tu querias que eu te embalasse?!
Eu estava, apenas, explorando uns abismos...

 

 

(Mário Quintana)

publicado por Adelina Braglia às 06:13

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