Palavras do Presidente Lula:
"Todo mundo sabe que o trabalho na cana é duro. Como é duro o trabalho de um balconista que fica atendendo a gente atrás do balcãozinho das seis da manhã à meia-noite."
"Não é mais duro do que o trabalho em uma mina de carvão que foi a base de desenvolvimento da Europa. Pegue um facãozinho e passe um dia cortando cana e desça numa mina a noventa metros de profundidade para explodir dinamite, para você ver o que é melhor."
Palavras de pesquisadores, fiscais e médicos do Ministério do trabalho:
“...a expectativa de vida de um trabalhador cortando 12 toneladas de cana por dia é de dez a 12 anos, menor que a expectativa de vida de um trabalhador escravo do fim do século XIX, que era de 12 a 15 anos. Mais do que dez safras cortando cana, o trabalhador está incapacitado para o trabalho: está com lordose e uma série de doenças decorrentes do trabalho. A única expectativa que ele tem é pedir a aposentadoria.”
“...trabalhadores morreram de exaustão nos últimos dois anos durante o corte da cana, uma atividade tão desgastante que exige preparo físico de atleta!
“Na última safra, o Brasil colheu 378 milhões de toneladas e liderou o ranking mundial dos produtores e exportadores de cana de açúcar. Um negócio que rendeu R$ 24 bilhões para a economia. Mas que teve um preço alto, segundo o Ministério Público do Trabalho: nesse período, 13 trabalhadores morreram durante o corte da cana.”
“O trabalhador tem que ficar curvado, abraçar a cana, dar um único golpe em 5 ou mais canas, cortar o ponteiro e jogar a cana no monte. Então ele faz um conjunto de exercícios e movimentos de tal forma que segundo os cálculos para cada tonelada de cana ele dá 970 golpes. Então se ele corta 10 toneladas ele dá 9.700 golpes e para cortar 10 toneladas de cana ele anda 8 Km por dia" ....
“No final da década de 90, a produtividade deu novo salto. O assalariado precisa cortar no mínimo 10 toneladas para se manter empregado. A média agora é de 12 toneladas/homem/dia, o dobro dos anos 80, o quádruplo dos anos 50, usando sempre o mesmo podão.”
”Um trabalhador que corta 12 toneladas de cana no dia percorre um talhão de 400 metros, o que totaliza um retângulo 3.400 m2. Como ele desfecha cerca de 50 golpes de podão por feixe de cana, totaliza 366.300 golpes no dia, e 36.360 flexões de perna. Caminha 8.800 metros pelo eito, em 800 trajetos, levando nas mãos cerca de15 kg, por uma distância de 1,5 a 3 metros, até completar as 12 toneladas.”