O abuso no uso do gerúndio – essa coisa horrorosa do “estaremos verificando”, “estarei indo...” parece mais ligado ao uso da Internet, do Google e das traduções instantâneas que ele propicia - que traduzem James Taylor como Alfaiate James - do que da nossa alma colonialista de querer seguir à risca o “I´m going”.
Seja lá qual for a origem, é insuportável ouvir cotidianamente as pessoas dizerem “estarei marcando”, “estarei chegando”, o que indica que isso já passou de sintoma e agora é uma síndrome permanente na língua portuguesa.
Não estou reclamando por preconceito lingüístico ou social, pois essa epidemia é democrática. É o aparente retrocesso de transformar formas simples como “farei”, “irei”, encontrarei” em formas quase latinas de dizer o mesmo, entupindo os ouvidos., que me aborrece. Nada a ver com a maravilha da linguagem e da poesia de Adoniran.