Roubei este trecho do poema de Maria Ângela Alvim. Dela eu conheço pouca coisa e por referências de Adélia Prado em textos e entrevistas.
Este, eu não conhecia inteiro. Conhecia apenas esse verso roubado hoje.
(...)
“Eis que me encontro. Limite
de transparência e contato
entre a luz e meu retrato, na casta
parede - a louca?
Marulho d'água, caindo
dentro de mim, claridade.
Graça de mãos mais presentes,
que minhas mãos, já vazias
de sua forma, na palma.
Que gesto extenso as reteve
sempre além, configuradas? “
(...)
...que agora, pedindo licença poética, completo com o meu:
Foi o gesto da loucura,
eu – a louca –
sempre vivi no limite da sanidade,
que transformei em falsa transparência,
para que pudessem,
sem medo,
olhar-me como a um retrato.
E fazer contato.
Para este post, essa música: