A notícia do Estadão remete ao artigo do César Queiroz Benjamin, cada vez mais atual:
" (...) A honra de pessoas e o cadáver de Celso Daniel ficaram no meio do caminho, mas Lula chegou onde queria chegar. Depois de vários anos de sucessivas demonstrações de vassalagem, foi ungido. (Brizola, que enfrentou a Globo em defesa de Lula, foi destruído.(...)O esquema atual é sustentado por uma aliança paradoxal, que vem sendo renovada em cada eleição, dos mais ricos, que comandam sempre, com os mais pobres, que apenas votam a cada quatro anos. Essa aliança tem como alvo preferencial o mundo do trabalho e suas instituições. Os direitos associados ao trabalho, jamais universalizados, são denunciados como privilégios, num país em que os verdadeiros privilegiados são invisíveis à grande massa da população. O ressentimento popular contra a desigualdade é usado para destruir as ilhas de cidadania, que deveriam ser justamente os pontos de Arquimedes onde a Nação poderia apoiar suas alavancas para desenvolver-se, puxando os que ficaram para trás.Collor inaugurou essa aliança no terreno simbólico. Fernando Henrique deu seqüência a ela, utilizando-se do Plano Real, que permitiu uma convergência momentânea de interesses tão díspares. Hoje, Lula é quem faz a ligação, que agora é simbólica (pelas origens dele) e material: oferece por ano R$ 150 bilhões em juros para os mais ricos e R$ 10 bilhões, pulverizados, em bolsa-família para os mais pobres (...)"