" Se a esperança se apaga e a Babel começa, que tocha iluminará os caminhos na Terra?" (Garcia Lorca)

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Out 07

 

É fácil compreender as prioridades do Governo se a par dos discursos e das bravatas, a gente olha a execução do orçamento.
 
Na verdade, minha curiosidade começou com a manchete de hoje da Folha on-line, informando que o Judiciário gastará 1,2 bilhões para construir três tribunais. Caramba! E eu que pensei que com 1,2 bilhões se construiria, só para ficar no ramo, cerca de vinte unidades descentralizadas de Justiça ou umas quinze sedes para instalar as Varas Agrárias e as Defensorias Públicas!
 
Fui verificar o que isso significava no conjunto das ações de apoio ao Judiciário e  descubro que o Supremo Tribunal Federal, o Superior Tribunal de Justiça e  a Justiça Federal já conseguiram empenhar e autorizar entre 50% a  72% de seus orçamentos.
 
Aproveitando a consulta, dei uma olhada no resto. Descubro que se a Justiça está bem aquinhoada, o Bolsa Família também, num vistoso programa denominado Transferência de Renda com Condicionalidades, que já teve autorizado 74% do seu orçamento anual.
 
Abaixo da linha de pobreza orçamentária estão o Microcrédito Produtivo Orientado, o apoio ao Desenvolvimento Urbano de Pequenos e Médios Municípios, empatados com zero por cento. Os programas Desenvolvimento da Educação Infantil,  Esporte e Lazer na Cidade, e Inclusão Digital, trafegam entre 0,20% e 0,80%.
 
Os Serviços Urbanos de água e esgoto, o Reaparelhamento e Adequação do Exército Brasileiro e a Competitividade das Cadeias Produtivas, mais aquinhoados, ficam entre 1% e 3%. A Atenção Especializada em Saúde e o Desenvolvimento Sustentável de Territórios Rurais, quase chegam a 5%!!!
 
O Brasil Alfabetizado (aquele que vai reduzir drasticamente a taxa nacional de analfabetismo), a Prevenção e Combate à Violência contra as Mulheres e o Crédito Fundiário, não passam dos 10%, mas quase chegam lá.!
 
Ah! Onde está o programa Desenvolvimento do Sistema Financeiro Nacional? Tranqüilize-se. Pertinho do Bolsa Família, longe da linha de pobreza orçamentária: 73%.
 
Bom dia para vocês.
PS: tá, Santo Ambrósio! Já sei que o senhor nada tem a ver com orçamentos públicos brasileiros.
 
publicado por Adelina Braglia às 09:13

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