" Se a esperança se apaga e a Babel começa, que tocha iluminará os caminhos na Terra?" (Garcia Lorca)

20
Ago 07

 

Hoje estou trabalhando em casa, decidida a estar num ambiente mais tranqüilo, para levar a termo uma pesquisa sobre desigualdades. No Brasil, parece piada, pois a desigualdade não é uma pesquisa. É um imenso cobertor que sufoca esta que um dia seria uma terra maravilhosa, segundo o Tio Caminha. ! Mas, estou levando a sério. E acontece que os dados são tão claros que – pronto! – eu começo a perder o foco do meu trabalho e a me irritar com as estúpidas e falaciosas soluções propostas para as “desigualdades”.
 
E acabei de aderir à proposta da reinvenção da política, que é do Chico de Oliveira:
 
“A política hoje é um espaço de irrelevância que os movimentos sociais não alcançam. Os partidos políticos foram engolfados por essa irrelevância da política e a cidadania não pode atuar. A política é a invenção grega mais eminente porque é através dela, e não pela economia, que você corrige as distorções sistêmicas. Quando a política fica anulada, os cidadãos perdem a importância. Então, é preciso reinventar a política. Essa reinvenção tem que partir dos próprios cidadãos, de suas organizações, para poder fazer com que a política seja de novo o elemento da transformação, pois agora ela não é.”
 
Mas, quando li esse texto não concordei. E hoje, mudo de idéia. Não há mais nada a fazer neste Brasil, a não ser reinventar a política. Qualquer ação fora desta, é paliativa. Sempre me arrepiou ouvir falar em reinvenção de alguma coisa. Mas, como não é possível “revitalizar” o que está apodrecido, ou “implementar” o que já está pessimamente implementado, Mestre Aurélio é objetivo: reinventar é “inventar de novo.”
 
Não é inventar a partir do nada. É inventar “de novo” a partir de parâmetros já conhecidos, dos erros cometidos, dos descaminhos trilhados, dos péssimos resultados obtidos. Nova estratégia e outras metas. E eu pensei que era isto que Lula faria no poder.
 
Azar meu. Mas, sosseguem. Não estou “cansada”. Estou p. da vida.
 
publicado por Adelina Braglia às 09:18

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