" Se a esperança se apaga e a Babel começa, que tocha iluminará os caminhos na Terra?" (Garcia Lorca)

21
Abr 07

...ou, "o bom cabrito não berra"...

 

"(...) A indicação do filósofo Roberto Mangabeira Unger (PRB) para ministro-chefe da Secretaria de Ações de Longo Prazo serviu para engrossar ainda mais o coro das críticas ao comportamento de Lula.

Em conversas reservadas, petistas diziam que o presidente alega ter cobertor curto para abrigar os companheiros, mas "quando quer, ele dá um jeito". Mangabeira foi um dos mais ácidos críticos do presidente. Em 2005, definiu o governo do PT como "o mais corrupto da história" e chegou a defender o impeachment (...)"

(Agência Estado)

 

SEALOPRA - sigla perfeita para a nova Secretaria, sugerida por um comentarista no Blog do Mino.

(*) provérbio húngaro, citado pela Cris no comentário do post anterior.

 

 

 

publicado por Adelina Braglia às 22:07

 

 

Do Blog do Mino (aí ao lado), o texto que me fez compreender a origem do meu desconforto pelo convite e pela provável aceitação de Mangabeira Unger para um lustroso e ainda não definido cargo no governo Lula.

 

Quando li a matéria pensei exatamente o que um comentarista do Blog havia já postado: que um ministério do "livre pensar" deveria ser entregue ao Millôr!

 

 

 

"19/04/2007 20:23

Larga distância

Corre o rumor de que o professor Mangabeira Unger, da Universidade de Harvard, seria candidato do presidente Lula para um cargo inédito, conquanto relevante. Dizem tratar-se de um ministério cuja denominação há de ser ainda encontrada. Algo assim como o ministério do livre-pensar, ou do futuro. Altamente estratégico. Mangabeira é figura de grande cultura, é inegável, e até integra a Academia de Artes e Ciências dos Estados Unidos. Não entenderia, porém, a escolha do presidente à luz de outras razões. Em primeiro lugar porque Mangabeira militou ativamente na vanguarda do exército neo-udenista e tucanizado que tanto se empenhou para levar às cordas o governo no final do primeiro mandato de Lula. E, se possível, atirá-lo fora do ringue ao sabor de swings e uppercuts. De fato, em textos candentes, Mangabeira, do alto do seu saber jurídico, advogou o impeachment do presidente. Conheço-o há muito tempo, desde quando me remetia dos Estados Unidos cartapacios manuscritos de leitura nem sempre fácil. Tive com ele relacionamento próximo mais recentemente, quando funcionou com advisor (é a palavra certa) de Ciro Gomes candidato à presidência, no ocaso do governo de Fernando Henrique Cardoso. Tinha bastante consideração por ele, embora nem sempre entendesse suas falas por causa do sotaque de Massachusetts que o caracteriza e que cultiva com indisfarçável desvelo. Dos baixios da minha ingenuidade descobri tardiamente a sua ligação com Daniel Dantas, o banqueiro orelhudo, da qual cuidara de jamais me falar. Fez trabalhos importantes para Dantas, pagos regiamente com os dólares da Brasil Telecom, e o hospeda quando o banqueiro vai aos EUA. Essa situação ensombreceu meu espírito e me sugeriu manter de Mangabeira larga distância."

 

 

 


publicado por Adelina Braglia às 09:43

 

Nunca fui uma mulher notívaga.

 

Já fui uma jovem mulher que gostava da noite,

como se o descanso ou o prazer ou o lazer se originassem  da ausência do sol.

 

Hoje não. Tenho sono mais cedo do que terminam os shows,

não consigo conversar e ouvir uma música alta

que me impede de entender o que dizem ao meu lado.

E mesmo se há silêncio em volta e a conversa vai muito boa,

bocejo depois da meia-noite.

 

Na verdade,  o foco da minha esperança mudou para o amanhecer.

 

Se o dia anterior sugou minha energia,

aniquilou minha vontade,

escondeu meu desejo - aquele que nunca sei qual é! - debaixo do tapete,

o amanhecer começa sempre com o nível da bateria perto do normal,

com a vontade abanando o rabo pra dizer que está ali,

e o desejo indefinido fazendo um ruído insistente embaixo do tapete,

para que eu me aperceba dele também.

 

Mesmo nos dias chuvosos, que felizmente começam a rarear,

acordar é para mim um ato de renascer,

de sacudir a cabeça - literalmente -

e espirrar a melancolia pra fora do corpo.

 

E  de olhar o jornal e de novo me irritar com tanta hipocrisia

nas propostas que reinventam a roda, mas a fazem quadrada,

e saber que enquanto ela dá solavancos até reaqdquirir a forma arredondada,

há mais sofrimento e mais dor para os que não são "cidadãos de primeira classe",

os cerca de 70% do povo brasileiro.

 

E enquanto o café escorre do coador para o bule

 - eita palavra antiga! - me encho de energia

e concluo que  a cafeína merece estudos complementares

e acredito em mim, e na humanidade

e no meu amor.

 

E retiro, todas as manhãs, o tapete de cima do indefinido desejo,

para que ele respire.

 

 

 

 

publicado por Adelina Braglia às 08:03

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