" Se a esperança se apaga e a Babel começa, que tocha iluminará os caminhos na Terra?" (Garcia Lorca)

28
Mar 07

 

A chuva hoje lavou Belém boa parte da noite.
Os loucos das ruas estavam soltos,  não sei se liberados pela chuva
ou pela lua escondida nas nuvens.
Eu não tenho sono. Ele dribla meu cansaço.
Releio notícias, colo-as ali embaixo, no post que antecede este.
Penso que tenho um trabalho a fazer e poderia aproveitar a falta de sono,
etc. etc. etc.
Mas o que me falta é sono, enquanto sobra cansaço
e por isto não quero fazer meu trabalho.
Fazer o Blog é uma total imodéstia.
Gosto mais de expor o fígado do que o coração,
mas, ele sempre vem, aos pedaços.
Acho que faço disto um exercício psicanalítico (desculpe, Ana):
espalho aqui meus pedaços  na esperança de juntá-los, um dia,
numa foto 3 x 4.
E, de repente, veio uma saudade mesclada, de pai e mãe,
da avó que fazia compotas e parecia com isto
ter todo o controle sobre a dor e o prazer.
Uma imagem atravessa rápido este discurso  e é a visão de um pasto,
enorme,
onde uma vez,  ainda menina,
andando atrás de macaúbas pra levar pra mãe,
espetei o pé numa folha da palmeira,
correndo de um boi chamado Pingo de Ouro.
Não, pra caber tudo isto, não dá pra ser 3 x 4.
Vamos lá, a dormir.
publicado por Adelina Braglia às 05:46

 

Está desde o dia 23 no Blog do Mino Carta. E estava antes na Carta Capital. E logo a seguir, entrou no Blog do Paulo Henrique Amorim.
 E até o momento, nenhum desmentido, nenhuma resposta.

 

 
" 23/03/2007 18:25

O nosso BC

Falar de república não é do apreço da elite nativa. A palavra republicano causa-lhe engulhos, a ela e aos seus escribas. Nesta edição, CartaCapital esclarece que os senhores “não gostam de ser ensinados que a vida republicana supõe a interdependência dos poderes, a precedência do interesse coletivo sobre as conveniências individuais, a impessoalidade da gestão da coisa publica, a publicidade dos atos praticados pela administração e a obediência da burocracia à lei e às decisões judiciais”. Tratam com desprezo os princípios republicanos, os donos do poder. Por exemplo, o senhor Henrique Meirelles, presidente do Banco Central, e sua equipe de astrônomos. Revela Márcia Pinheiro na CartaCapital, já nas bancas de São Paulo, que entre quinta 15 de março e sexta 16 dois diretores do BC encontraram-se sigilosamente com executivos de instituições financeiras para discutir assuntos que lhes dizem respeito e, salvo melhor juízo, a nós todos. Os astrônomos em questão são o diretor da Política Econômica e Estudos Especiais do BC, Mario Mesquita, e o diretor da Política Monetária, Rodrigo Azevedo. Meirelles também compareceu, mas não falou. Houve três reuniões em São Paulo e um ano Rio de Janeiro, “nas sedes regionais do banco, prédios públicos”, anota conscienciosamente Márcia Pinheiro. A qual encontra no episodio a enésima prova de como no Brasil publico e privado confundem-se indissoluvelmente. Não é o que acontece nos paises onde os princípios republicanos vigoram e onde o Banco Central é entidade institucional, destinada a servir o Estado e a Nação, e não este ou aquele governo. Nada disso por aqui. E ainda nos damos ares de país democrático. Porta-voz do Fed, o BC dos Estados Unidos, consultado em Nova York por CartaCapital sobre a possibilidade de encontros secretos entre gente do banco e gente do mercado no gênero daqueles ocorridos no fim da semana passada no Rio e em São Paulo, não escondeu seu espanto. Como de hábito, pergunto aos meus botões: será que o presidente Lula e o ministro Mantega vão ficar espantados? Será que a mídia nativa, com as habituais, raríssimas exceções (em primeiro lugar Paulo Henrique Amorim e sua Conversa Afiada) vão repercutir as revelações de Marcia Pinheiro?"
 
26/03/2007 16:00h  
MÍDIA FINGE QUE NÃO VÊ ESCÂNDALO DO BC
Já que estamos em pleno "caos aéreo" e o barulho dos motores dos aviões não ensurdece a mídia conservadora, bem que ela podia ouvir "o clamor das ruas": o escândalo provocado pela reunião secreta do presidente do Banco Central e dois de seus ilustres diretores com 80 (*) economistas de instituições financeiras para "entregar o ouro" sobre as premissas da política monetária (e cambial) do país.
Não há uma única, mísera linha na mídia conservadora sobre a reportagem da Carta Capital que foi para as bancas na sexta-feira.
Nada. Como diria Eça de Querioz, falam mais do "Bei de Tunis" do que sobre o escândalo. Como diz o Mino Carta, é "um silêncio ensurdecedor".  
(Clique aqui para ir ao Blog do MINO).
 (*) Será que nenhuma instituição financeira que não tenha sido convidada para a reunião secreta vai entrar na Justiça e exigir equidade? Secreta, então, também quero!!!
 Penso seriamente em fazer isso. A PHA Comunicação e Serviços é uma instituição financeira sólida, lucrativa, que paga todos os seus impostos, e tem entre seus múltiplos produtos oferecer aos internautas do iG análises financeiras profundas e bem-humoradas. Vou consultar meu advogado – ilustre – sobre a possibilidade de entrar com essa ação contra os "cientistas", ou "astrônomos", como diz o Mino, do Banco Central.  
Vamos supor uma situação diferente. Digamos que a revista (?) Veja tivesse publicado reportagem sobre uma reunião secreta do Ministro do Trabalho com 80 lideres sindicais sobre o índice que o Presidente Lula já tinha escolhido para reajustar o salário mínimo e qual a estratégia política que os sindicatos deveriam adotar para apoiar a decisão do Presidente da República. Imaginem! Quantas CPIs o Estadão, a Folha, o Globo, o Jornal Nacional, os deputados Jose Carlos Aleluia, ACM Neto, e os Senadores Heráclito Fortes e Artur Virgilio já teriam pedido? Qual seria o titulo do próximo artigo do Farol de Alexandria? "A volta da República Sindicalista!" E a Miriam Leitão no Bom Dia Brasil: "Jango não faria pior!!! Basta!!! Isso é uma ameaça à biomassa amazônica!!! Ta vendo no que dá o etanol? Dá nessas coisas!!!"
publicado por Adelina Braglia às 05:10

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