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Conheci Luiz Inácio da SIlva sem o Lula acoplado ao nome, quando ainda era um tímido diretor do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo, na gestão Paulo Vidal. Sobre Paulo, sempre desconfiamos da sua dupla jornada: dirigente sindical e dedo-duro da ditadura. Não sei onde anda ele, nem sei se isto era verdade. Mas Luiz Inácio foi fundamental para faze-lo desocupar o trono.
Lula tinha carisma. Era já um notável. O vozeirão também. Nas reuniões fazia-se ouvir, sempre.
Saí de São Paulo quando Lula - agora já era este seu nome de guerra, como importante liderança sindical do ABC - derrotou Paulo Vidal e depois consolidou-se como o mais importante presidente de sindicato da mais dinâmica área industrial do Brasil.
Sempre o admirei e respeitei sua importãncia para o movimento sindical e popular. Posteriormente, mesmo que nunca tenha me filiado ao partido, assisti, entusiasmada, a criação do PT, o partido operário nacional!
Votei nele todas as vezes - à exceção de 2006 - desde que foi um incipiente candidato ao Governo de São Paulo, em 1980 e alguma coisa. Eu estava em São Paulo na semana da eleição e cravei nele meu voto. Cidadanica e conscientemente.
Em 2003, fui a Brasília para assistir sua posse. Nos meus cinquentenários anos públicos de vida, nada me emocionou mais. Este ano, não quis acompanhar a posse nem pela TV.
A partir de 2004, comecei a observar, pelo desempenho do orçamento, que os compromissos de vida e de campanha de Lula estavam sendo soterrados em algum escaninho do poder. As questões mais candentes que eu esperava fossem discutidas ou encaminhadas, ficaram no trajeto do primeiro mandato. E a aliança com o que de pior tem o PMDB nacional não me animou a apostar no segundo mandato. Aliás, em 2006 não apostei em nenhum dos dois. Também cidadanica e conscientemente.
Não me deixo enganar pelo preconceito e pela fúria da mídia, zonza até hoje ao ver o prícipe da sociologia ser substituído pelo operário da metalurgia.. Não sou classe-média-enganada-pelo-Jornal Nacional nem beneficiária do bolsa-família.
Mas, ontem, ouvi no rádio que o Presidente tirou férias. Dez dias, se não me engano. Seus aliados disputam a presidência da Câmara, o que indica que podemos ter um novo Severino Cavalcanti correndo por fora, o seu Ministério não está composto, o caos "formal" toma conta do Rio de Janeiro, seu segundo mandato já vai a caminho. Mas, o Presidente saiu de férias.
Axé, São Benedito!