" Se a esperança se apaga e a Babel começa, que tocha iluminará os caminhos na Terra?" (Garcia Lorca)

03
Jan 07

 

Foto:www.terra.com.br

 

Conheci Luiz Inácio da SIlva sem o Lula acoplado ao nome, quando ainda era um tímido diretor do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo, na gestão Paulo Vidal. Sobre Paulo, sempre desconfiamos da sua dupla jornada: dirigente sindical e dedo-duro da ditadura. Não sei onde anda ele, nem sei se isto era verdade. Mas Luiz Inácio foi fundamental para faze-lo desocupar o trono.

Lula tinha  carisma. Era já um notável. O vozeirão também. Nas reuniões fazia-se ouvir, sempre.

Saí de São Paulo quando Lula - agora já era este seu nome de guerra, como importante liderança sindical do ABC - derrotou Paulo Vidal e depois consolidou-se como o mais importante presidente de sindicato da mais dinâmica área industrial do Brasil.

Sempre o admirei e respeitei sua importãncia para o movimento sindical e popular. Posteriormente, mesmo que nunca tenha me filiado ao partido, assisti, entusiasmada, a criação do PT, o partido operário nacional!

Votei nele todas as vezes - à exceção de 2006 - desde que foi um incipiente candidato ao Governo de São Paulo, em 1980 e alguma coisa. Eu estava em São Paulo na semana da eleição e cravei nele meu voto. Cidadanica e conscientemente.

Em 2003, fui a Brasília para assistir sua posse. Nos meus cinquentenários anos públicos de vida, nada me emocionou mais. Este ano, não quis acompanhar a posse nem pela TV.

A partir de 2004, comecei a observar, pelo desempenho do orçamento, que os compromissos de vida e de campanha de Lula estavam sendo soterrados em algum escaninho do poder. As questões mais candentes que eu esperava fossem discutidas ou encaminhadas, ficaram no trajeto do primeiro mandato. E a aliança com o que de pior tem o PMDB nacional não me animou a apostar no segundo mandato. Aliás, em 2006 não apostei em nenhum dos dois. Também cidadanica e conscientemente.

Não me deixo enganar pelo preconceito e pela fúria da mídia, zonza até hoje ao ver o prícipe da sociologia ser substituído pelo operário da metalurgia.. Não sou classe-média-enganada-pelo-Jornal Nacional nem beneficiária do bolsa-família.

Mas, ontem, ouvi no rádio que o Presidente tirou férias. Dez dias, se não me engano. Seus aliados disputam a presidência da Câmara, o que indica que podemos ter um novo Severino Cavalcanti correndo por fora, o seu Ministério não está composto, o caos "formal" toma conta do Rio de Janeiro, seu segundo mandato já vai a caminho. Mas, o Presidente saiu de férias.

Axé, São Benedito!

 

 

 

publicado por Adelina Braglia às 12:18

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