Há saudades mudas, cegas, surdas, sem cheiro e sem cor.
Essas são saudades nascidas de lutos.
Mas...
Há saudades coloridas.
Há saudades musicais.
Há saudades que deixam gosto na boca.
Nem que seja na boca do estômago,
de tanto que doem.
Toda saudade contem a memória do tato,
e algumas deixam no ar o cheiro das maças.
(...) Pedra que lasca seu brilho
e queima no lábio
um quilate de mel
e que deixa na boca melante
um gosto de língua no céu.
Luz, talismã,
misterioso Cubanacã
delicia sensual de maça
saborosa manhã...
Vou te eleger
vou me despejar de prazer
essa noite o que mais quero é ser
mil e um pra você (...)
(Jade – João Bosco)