" Se a esperança se apaga e a Babel começa, que tocha iluminará os caminhos na Terra?" (Garcia Lorca)

18
Nov 06

 

 
Deste amor abrupto, eu me lembro dos desejos e não das raivas.
O afago de manhã.
O cabelo molhado depois do banho.
Lembro do rosto.
Passar a mão no rosto, sentir a pele, o calor.
Entrelaçar as mãos num namoro adolescente,
quente, quente, quente.
Quando o amor estanca não sobram fatos.
Sobram desejos.
As lembranças se ajustam às pequenas coisas:
a um sorvete, a um caju, a uma música.
Quando o amor é abrupto, a vertigem é eterna.
A aurora não vem.
 
(Abrupto – Luiza Aguilar)
 
publicado por Adelina Braglia às 23:31

 

 

 
Curitiba e Lisboa ouviram e ouvem Madeleine Peyroux. Pronuncia-se like the country (certamente Perrrrrrruuuuuuuu....)
 
O Tapajós e o Tocantins não se parecem. O Tejo, tal qual Itabira para Drummond, para mim é um retrato na...tela do micro.
 
As águas do Tapajós, verde-azuladas e a barrenta e depois clara água do Tocantins, também cantam. O Tejo, não sei.
O Tocantins canta o bambaê de Cametá, o samba do cacete de Baião. Canta as histórias dos primeiros caucheiros e depois dos castanheiros, dos barrageiros de Tucuruí, dos miseráveis "assentados" da reforma agrária.
 
O Tapajós canta o encontro das águas e a Santarém prisioneira das oligarquias de sempre.
 
Madeleine tem voz de água.  Diana Krall tem timbre de pedras. Mas daquelas pedras roliças do fundo dos rios.
 
Melhor ouvi-las. Fui.
 
publicado por Adelina Braglia às 16:16

Novembro 2006
Dom
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sab

1
2
3
4

5
6
7
8
9

15

21



Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

subscrever feeds
mais sobre mim
pesquisar
 
blogs SAPO