As avaliações da ressaca eleitoral entediam. Às vezes, irritam. Noutras, entristecem. Há momentos em que me envolvo na discussão, para logo em seguida lembrar a máxima das derrotas e vitórias: faltou voto pra quem perdeu.
Não, não me refiro à eleição de Lula, que nesta eu nem sequer me envolvi. Menos ainda na derrota de Alckmin. Eu dizia que o país escolheria entre o Messias e o Gerente e os brasileiros decidiram-se pelo Messias. Sem meu voto a favor ou contra. É direito do cidadão não votar. E pagar as multas necessárias.
A derrota local foi a que deixou ressaca, embora fosse a morte anunciada, por fatores vários que nem interessam mais.
Penso que o Brasil poderia curar-se da sua firula de falsas alternâncias entre “social-democia” e “ esquerda” , pois não existe neste país uma coisa ou outra.
Penso também que um partido que agregasse Pedro Simon, Eduardo Campos, Roberto Freire, Aécio Neves, José Serra, Fernando Gabeira, Eduardo Suplicy, João Capiberibe – não lembro um nome do PTB! - e, obviamente, o Messias, poderia ser um embrião de um sólido partido social democrata.
O PFL agregaria sua turma conservadora e alguns pulhas peemedebistas, especialmente Sarney, Garotinho, Quércia e Barbalho.
O PSOL, o PCdoB, a Kombi do PCB, juntos, poderiam representar uma frágil estrutura de partido esquerdista, tendendo a ser, num futuro remoto, um partido de esquerda.
O PSDB de Arthur Virgílio e Fernando Henrique e os camarilhistas do PT, que se lixassem por aí.
Os pequenos e vendidos partidos que se acabassem.
É. É uma bela ressaca, esta.