Se vens comigo, aceita o meu percurso
com desprendimento, como aceito o teu.
Não me exija ir pelo teu caminho,
assim como não desejo que caminhes apenas pelo meu.
Se juntarmos o que acumulamos nas nossas isoladas trajetórias,
haverá um solidário caminho para percorrermos. Ou não.
Mas, junta ao teu riso a minha melancolia,
conta-me as tuas histórias, que eu tanto gosto de ouvir,
e tenta ouvir as que te quero contar.
Gastemos nosso tempo nisto,
porque não há mais pressa nesse caminhar.
Se juntarmos a tua forte e permanente determinação aos meus vacilos,
e se somarmos a minha eventual determinação às tuas inquietações,
quem sabe, haverá a serenidade,
que eu tanto quero e que nos é tão necessária.
E se o que nos atrai são as nossas diferenças,
mais do que as nossas similaridades,
não nos permitamos amalgamar a vida,
porque não és meu espelho, nem eu sou o teu.
Estamos nos olhando, apenas.
E, por enquanto, isto é forte, e basta.