"É espantoso que setores da esquerda brasileira vejam com simpatia a candidatura do nacionalista Ollanta Humala, vencedor do primeiro turno das eleições presidenciais no Peru, realizada domingo passado. (A lentidão das apurações ainda não definiu quem será o concorrente de Humala no segundo turno, a ser disputado a 28 de maio ou 7 de junho próximos).
Militar da reserva, envolveu-se em violações dos direitos humanos de populações camponesas durante o combate que o Exército peruano travou contra os terroristas enlouquecidos do movimento Sendero Luminoso.
Uma frustrada sublevação militar que liderou em 2000 contra o presidente Alberto Fujimori (1990-2000), que governava desde 1992 com poderes ditatoriais, conferiu-lhe uma certa aura de herói.
A verdade, porém, é que ele foi próximo da eminência parda da ditadura fujimorista, o chefe dos serviços de segurança Valdomiro Montesinos, hoje preso sob a acusação de um rol de crimes que vão da chefia de esquadrões da morte ao tráfico de armas e roubo de dinheiro público.
Oriundo de uma família com idéias peculiaríssimas seu pai, como se sabe, é líder de um movimento que prega a cassação da nacionalidade dos peruanos de origem européia, asiática e africana, sua mãe defende o fuzilamento de homossexuais , Humala não manifesta compromisso com a democracia representativa e, para alguns especialistas em relações internacionais, como o doutor em geografia humana Demetrio Magnoli, sua postura e idéias são de teor francamente fascista.
Seu barulhento antiamericanismo, porém, o absolve: como é contra o governo Bush e ácido crítico dos Estados Unidos, Humala virou progressista."
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