" Se a esperança se apaga e a Babel começa, que tocha iluminará os caminhos na Terra?" (Garcia Lorca)

27
Fev 06

" Sistema educacional é incapaz de reduzir as desigualdades entre negros e brancos


O estudo, de Sergei Soares e Rafael Guerreiro Osório, está no livro “Os mecanismos de discriminação racial nas escolas brasileiras” e investiga os fatores que geram as diferenças educacionais entre negros e brancos com uma nova abordagem. Eles acompanham a trajetória escolar dos que nasceram em 1980 e entraram na escola por volta de 1987. Essa espécie de “documentário” permite ver que em 1987 a proporção de negros que ainda não sabiam ler e escrever era maior que a dos brancos. O texto diz ainda que “a razão entre a chance de um negro não saber ler e escrever e a de um branco, que é de 3,2 em 1987, vai crescendo e chega a 4,6 em 1992.”

O impacto do trabalho precoce também é importante para a análise das desigualdades. Os números mostram que no início da trajetória educacional, entre 1992 e 1995, a conjunção do trabalho com o estudo atingia mais os negros que os brancos. A diferença só se reduz a partir de 1996, e se inverte em 2001. Segundo os autores, uma interpretação possível é a de que o trabalho infantil atinge mais os negros e “a maior estabilidade das trajetórias educacionais dos brancos favorece seu ingresso no mercado de trabalho no início da fase adulta da vida”.

No final da trajetória educacional, os membros do grupo analisado estão com 23 anos e os dados são os de 2003, que mostram que 5% dos brancos haviam completado o ensino superior, enquanto apenas 1% dos negros estavam na mesma situação. Ou seja, “a chance de se encontrar um branco nascido em 1980 que em 2003 tinha concluído um curso superior era cinco vezes maior que a de se encontrar um negro”.

Essas e outras constatações estão no livro Os mecanismos de discriminação racial nas escolas brasileiras</a>."

www.ipea.gov.br


 

publicado por Adelina Braglia às 22:55

Vivendo num país onde a informação é sempre manipulada a favor de interesses minoritários e poderosos, fica muito difícil compreender o que dizem as pesquisas eleitorais. Mas fico sempre curiosa e busco compreende-las.

O Datafolha divulgou ontem com estardalhaço, que a subida do presidente Lula nas pesquisas deve-se exclusivamente aos programas sociais, especialmente o Bolsa-família , embora haja o Auxílioe-gás, o Bolsa-escola, o Bolsa-alimentação, e os vales-quanto-pesam-a-pobreza.

Sempre me irritei quando se dá dinheiro aos ricos e se chama a isso de “financiamento”. Quando é a vez dos pobres, chama-se de “clientelismo”. Assim, não é aqui que a minha dúvida reside, até porque, todo programa redistributivo no país mais concentrador de renda do mundo, é bem vindo.

O que me incomoda é não ter a clareza de que esses programas são efetiva prioridade do governo, não apenas como medidas compensatórias, mas acompanhados de ações  para uma mudança estrutural. Ou seja, quando se observa os investimentos em ações e programas que realmente poderiam começar a mudar o Brasil – reforma agrária, políticas de emprego, saúde e educação – o quadro é, no mínimo, duvidoso.

Já tratei disso anteriormente e conservo minhas dúvidas. Lembro ter destacado recentemente que o investimento do BNDS nos ditos programas sociais em 2005 foi menor do que o gasto do governo com o pagamento de serviços da administração pública, tipo xerox, etc.

Enquanto isso o Santander após a compra do BANESPA – política de privatização dos governos Collor/FHC – é escolhido o melhor banco do mundo, o Itaú obtém seu maior lucro na década, e os ricos, coincidentemente, também aumentam a proporção de votos em Lula.

Os adversários do governo, esses  estão perdidos como cegos em tiroteio. Inventam e reinventam  críticas, chacotas e alguns argumentos, mas que se esvaem porque estão tão atarantados com a reação popular, espantados porque o populacho se deixa convencer pelas bolsas-pobreza, como se eles, o tucanato em geral, os pefelistas todos, os peemedebistas, pepistas, e quejandos, nada tivessem a ver com o agravamento da miséria enquanto comandaram o país.

Como estou numa fase altamente egocêntrica, será que Santo Ambrósio me ajeita um exílio?

publicado por Adelina Braglia às 09:32

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