A nós nos ensinaram um grande engôdo sobre o tempo.
O tempo não passa: nós inventamos um calendário para dar sentido ao dia e à noite, como se isso resolvesse a angústia sobre a nossa mentirosa eternidade.
Agora mesmo percebo que sou eu que passo. Duro. Existo. Qualquer coisa assim. Meu relógio inventado no micro faz os minutos dançarem aqui na minha frente e os segundos dão passinhos rápidos, ligeiros.
Não, o tempo não passa. Quem passa sou eu. As horas, dançam.