Água mole em pedra dura
tanto bate até que fura,
mas é um moto-contínuo,
é um passar e passar,
sem interrupção ou sossego.
Água mole em pedra dura,
é água enquanto passa,
é pedra enquanto dura.
Água mole em pedra dura
tanto bate até que fura,
mas é um moto-contínuo,
é um passar e passar,
sem interrupção ou sossego.
Água mole em pedra dura,
é água enquanto passa,
é pedra enquanto dura.
Há um culpado prazer em fazer nada, é verdade. Mas quando lembro que o dito diz que o trabalho enobrece e dignifica o homem, entendo que é um dito para os homens. Assim, viva minha feminina vadiagem!
Embora o barulho dos pensamentos na roda enferrujada da cabeça incomode um pouco, passei o dia a fazer nada. Ouvi música, escrevi mails, li notícias. Saí a almoçar com uma amiga, num rápido intervalo do nada fazer, o que foi prazeroso.
Sexto dia de 2006, quinto da semana, se a contarmos a partir da segunda-feira: o presidente Lula, de sunga vermelha, faz a alegria da imprensa tomando banho de mar na Bahia. José Dirceu inaugura o ano na revista Caros Amigos com uma entrevista vingativa, que em nada contribuiu pra que eu me livrasse dessa sensação desagradável de ter perdido meu tempo lendo-a. Porém, reconheço que não cabia ao Comissário preocupar-se com a minha ociosidade produtiva.
Não, não é tédio o que sinto. É um prenúncio deste 2006, no qual coloquei tolas expectativas.
Fui. Ao chopp. Com chucrutes.