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Fotos: Rosa Almeida
Desejo a você...
Fruto do mato
Cheiro de jardim
Namoro no portão
Domingo sem chuva
Segunda sem mau humor
Sábado com seu amor
Filme do Carlitos
Chope com amigos
Crônica de Rubem Braga
Viver sem inimigos
Filme antigo na TV
Ter uma pessoa especial
E que ela goste de você
Música de Tom com letra de Chico
Frango caipira em pensão do interior
Ouvir uma palavra amável
Ter uma surpresa agradável
Ver a Banda passar
Noite de lua Cheia
Rever uma velha amizade
Ter fé em Deus
Não ter que ouvir a palavra não
Nem nunca, nem jamais e adeus.
Rir como criança
Ouvir canto de passarinho
Sarar de resfriado
Escrever um poema de Amor
Que nunca será rasgado
Formar um par ideal
Tomar banho de cachoeira
Pegar um bronzeado legal
Aprender uma nova canção
Esperar alguém na estação
Queijo com goiabada
Pôr-do-Sol na roça
Uma festa
Um violão
Uma seresta
Recordar um amor antigo
Ter um ombro sempre amigo
Bater palmas de alegria
Uma tarde amena
Calçar um velho chinelo
Sentar numa velha poltrona
Tocar violão para alguém
Ouvir a chuva no telhado
Vinho branco
Bolero de Ravel...
E muito carinho meu.
Antes que venham ventos e te levem
do peito o amor, este tão belo amor
que deu grandeza e graça à tua vida,
faze dele, agora, enquanto é tempo,
uma cidade eterna e nela habita.
Uma cidade, sim. Edificada
nas nuvens, não no chão por onde vais,
e alicerçada, fundo, nos teus dias,
de jeito assim que dentro dela caiba
o mundo inteiro: as árvores, as crianças,
o mar e o sol, a noite e os passarinhos,
e sobretudo caibas tu, inteiro:
o que te suja, o que te transfigura,
teus pecados mortais, tuas bravuras,
tudo afinal o que te faz viver
e mais o tudo que, vivendo, fazes.
Ventos do mundo sopram; quando sopram,
ai, vão varrendo, vão, vão carregando
e desfazendo tudo o que de humano
existe erguido e porventura grande,
mas frágil, mas finito como as dores,
porque ainda não ficando qual bandeira
feita de sangue, sonho, barro e cântico
no próprio coração da eternidade
Pois de cântico e barro, sonho e sangue,
faze de teu amor uma cidade,
agora, enquanto é tempo.
Uma cidade
onde possas cantar quando o teu peito
parecer, a ti mesmo, ermo de cânticos;
onde possas brincar sempre que as praças
que percorrias, dono de inocências,
já se mostrarem murchas, de gangorras
recobertas de musgo, ou quando as relvas
da vida, outrora suaves a teus pés,
brandas e verdes já não se vergarem
à brisa das manhãs.
Uma cidade
onde possas achar, rútila e doce,
a aurora que na treva dissipaste;
onde possas andar como uma criança
indiferente a rumos: os caminhos,
gêmeos todos ali, te levarão
a uma aventura só macia, mansa
e hás de ser sempre um homem caminhando
ao encontro da amada, a já bem-vinda
mas, porque amada, segue a cada instante
chegando como noiva para as bodas.
Dono do amor, és servo. Pois é dele
que o teu destino flui, doce de mando
A menos que este amor, conquanto grande,
seja incompleto. Falte-lhe talvez
um espaço, em teu chão, para cravar
os fundos alicerces da cidade.
Ai de um amor assim, vergado ao vínculo
de tão amargo fado: o de albatroz
nascido para inaugurar caminhos
no campo azul do céu e que, entretanto,
no momento de alçar-se para a viagem,
descobre, com terror, que não tem asas.
Ai de um pássaro assim, tão malfadado
a dissipar no campo exíguo e escuro
onde residem répteis: o que trouxe
no bico e na alma para dar ao céu.
É tempo.
Faze tua cidade eterna, e nela habita:
antes que venham ventos, e te levem
do peito o amor este tão belo amor
que dá grandeza e graça à tua vida.
(Sugestão - Thiago de Mello)
height=360 alt=12-07-05_2048.jpg src="http://travessia.blogs.sapo.pt/arquivo/12-07-05_2048.jpg" width=480 border=0>
Abú.
Um olho no queijo, outro no rato.
Minha interpretação, não o fato.
Mas, ainda assim,
Abú é um lindo gato!
A vida, real,
só tem sentido
se for sonho vivido.
A vida, sonhada,
confusa, doída,
perde o sentido quando é só vida.
Acertar o prumo
da parede erguida entre o desejo e o ato
é o grande fato da vida banal.
Arrombar paredes
entre o fato e o sonho
é a dor e o prazer da vida real.
Súbito me encantou a moça em contraluz
Arrisquei perguntar: quem és?
Mas fraquejou a voz
Sem jeito eu lhe pegava as mãos
como quem desatasse um nó
Soprei seu rosto sem pensar ,
e o rosto se desfez em pó
Por encanto voltou cantando a meia voz
Súbito perguntei: quem és?
Mas oscilou a luz, fugia devagar de mim
E quando a segurei, gemeu
O seu vestido se partiu
E o rosto já não era o seu
Há de haver algum lugar um confuso casarão
onde os sonhos serão reais e a vida não
Por ali reinaria meu bem
com seus risos, seus ais, sua tez
E uma cama onde à noite sonhasse comigo
Talvez um lugar deve existir
Uma espécie de bazar onde os sonhos extraviados
Vão parar entre escadas que fogem dos pés
E relógios que rodam pra trás
Se eu pudesse encontrar meu amor
Não voltava
Jamais
A moça do sonho - Edú Lobo e Chico Buarque - 2001
Je t'aime encore
means I love you still,
c'est pour toujours
means I always will.
Tu me manquais trop
means I missed you much,
je fait ce qu'il faut
means I'll do what I must.
Me voici a ta fenetre
tous les gens me voient ici.
Here I am at your window darling
for all your people to see me.
Ananas laisse moi une fois
laisse moi te voir,
let me one more time, Ananas.
Ananas, I'm loping along, hoping you're home,
open up and let me on in.
Maybe I rise and maybe I fall,
maybe you lie underneath it all,
I ain't got nothing but for what you see,
even my own heart don't belong to me.
Got your river running in my blood,
got your fire burning in my heart.
You got me falling like a shooting star,
just like some tragic work of art.
Ananas laisse moi une fois
laisse moi te voir,
let me one more time, Ananas.
Ananas, I'm loping along, hoping you're home,
open up and let me on in.
Here I am at your window baby,
for all your people to see.
Howling like a dog in the moonlight,
won't you have pity on me?
(Ananas - James Taylor)
Dorme um Deus-Menino entre etiquetas
e lá fora explodem rolhas de champanha.
No gráfico de vendas se encapela
em ondas a maré de mercancia.
Camuflado, barbas brancas,
Papai Noel executa promissórias de crediário.
A piedade vira embrulhos neste Natal sem manjedouras.
Lá no fundo de seu quarto,
fumando o último cigarro,
Deus contempla os homens
com infinita melancolia.
- Que fuzarca foram fazer logo no meu aniversário!
Poema de Natal - Luiz Coronel.
Obrigada, Nereide!