" Se a esperança se apaga e a Babel começa, que tocha iluminará os caminhos na Terra?" (Garcia Lorca)

11
Out 05

height=355 alt="Mocajuba 001.jpg" src="http://travessia.blogs.sapo.pt/arquivo/Mocajuba 001.jpg" width=473 border=0>

Chico Buarque descreveu antecipadamente o dia de hoje pra mim:

" Tem dias que a gente se sente como quem partiu ou morreu, a gente estancou de repente ou foi o mundo então que cresceu..."

Pronto. A correnteza do Tocantins leva as dores para o mar.

O sol amanhã vai nascer, melodias brotarão de muitas bocas e poemas de muitas mãos.

Não resisto a me desejar: que o dia de hoje me seja leve.

 

publicado por Adelina Braglia às 09:16

08
Out 05

height=360 alt="Bonecos de meriti.jpg" src="http://travessia.blogs.sapo.pt/arquivo/Bonecos de meriti.jpg" width=480 border=0>

O Círio de Nossa Senhora de Nazaré mobiliza os paraenses, num ato impressionante de fé. Mais de 1 milhão de pessoas vem a Belém, Pará, acompanhar a festividade, que tem etapas desde a profana e belíssima apresentação do Auto do Círio na noite de sexta-feira, a procissão fluvial e a transladação da santa no sábado e no domingo a grande procissão.

Eu, sem fé, ainda assim me comovo com a força que a santa arrasta atraz de si e me encanta o artesanato de miriti  que embala todo o Círio.

Penso que inicialmente esses artafatos de miriti substituíam os ex-votos, típicas oferendas aos santos milagreiros, feitas pelos fiéis que alcançaram uma graça. Serviam também como presentes às crianças, pois o Círio de Nazaré é o verdadeiro Natal paraense.

Olhando hoje a procissão fluvial,  tive a certeza, como em todos os anos, que o povo que segue com tanta emoção seu sonho, ainda pode tudo.

publicado por Adelina Braglia às 14:15

06
Out 05
Mas que esperamos nós aqui n'Ágora reunidos?
É que os bárbaros hoje vão chegar!
Mas porque reina no Senado tanta apatia?
Porque deixaram de fazer leis os nossos senadores?
É que os bárbaros hoje vão chegar.
Que leis hão?de fazer os senadores?
Os bárbaros que vêm, que as façam eles.

Mas porque tão cedo se ergueu hoje o nosso imperador,
E se sentou na magna porta da cidade à espera,
Oficial, no trono, co'a coroa na cabeça?

É que os bárbaros hoje vão chegar.
O nosso imperador espera receber
O chefe. E certamente preparou
Um pergaminho para lhe dar, onde
Inscreveu vários títulos e nomes.

Porque é que os nossos dois bons cônsules e os dois pretores
trouxeram hoje à rua as togas vermelhas bordadas?
E porque passeiam com pulseiras ricas de ametistas,
e porque trazem os anéis de esmeraldas refulgentes,
por que razão empunham hoje bastões preciosos
com tão finos ornatos de ouro e prata cravejados?

É que os bárbaros hoje vão chegar.
E tais coisas os deixam deslumbrados.

Porque é que os grandes oradores como é seu costume
Não vêm soltar os seus discursos, mostrar o seu verbo?
É que os bárbaros hoje vão chegar
E aborrecem arengas, belas frases.
Porque de súbito se instala tal inquietude
Tal comoção (Mas como os rostos ficaram tão graves)
E num repente se esvaziam as ruas, as praças,
E toda a gente volta a casa pensativa?

Caiu a noite, os bárbaros não vêm.
E chegaram pessoas da fronteira
E disseram que bárbaros não há.
Agora que será de nós sem esses bárbaros?
Essa gente talvez fosse uma solução.

(Esperando os bárbaros - Konstantinos Kavafis)
publicado por Adelina Braglia às 14:14

O referendo contra ou a favor do desarmamento vem aí e a confusão está instalada. Os argumentos contra o desarmamento são os mais diversos, mas o mais forte no seio da população é que frente à falência da segurança pública, vale a segurança "individual".

Iludimo-nos com a falsa proteção doméstica, especialmente os que defendem o armamento privado, pois que estes não dormem porque o povo não come, e estão armados até os dentes, guardados por equipes de segurança privada. Vivem nos bunkers, acreditando que assim se protegem da "turba".

Enquanto isso, outros guardam debaixo dos colchões suas armas, enquanto não sabemos como fazer a segurança pública ser eficaz.

Aos que argumentam que não se pode desarmar a população enquanto os bandidos andarão armados, não importa que as estatísticas demonstrem que os que morrem a esmo são exatamente os cidadãos de bem, assustados com a barbárie.

 Ou aqueles que sob a pressão do desemprego, da tensão de sobreviver, são capazes de atos de violência brutal, por um mero incidente de trânsito, sacando do porta luvas do carro seu poderoso 38.

Há o caso do pai que matou seu filho porque este chegou em casa pela madrugada e o pai pensou que o filho fosse um ladrão. Há incontáveis casos de crianças e adolescentes transformados em vítimas ou assassinos porque brincavam com a arma dos pais, "guardadas" por cima de guarda-roupas.

Eu? Estou absolutamente confusa entre o Brasil que eu sonhei que poderia construir e o que se construiu à minha revelia.

Cartas pra redação!


 

publicado por Adelina Braglia às 12:06

03
Out 05
align=center>height=297 alt="Mocajuba 015.jpg" src="http://travessia.blogs.sapo.pt/arquivo/Mocajuba 015.jpg" width=395 border=0>
publicado por Adelina Braglia às 23:06

Outubro 2005
Dom
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sab

1

2
3
4
5
6
7
8

9
10
12
14
15

16
18
19
21
22

23
24
28
29

30


Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

subscrever feeds
mais sobre mim
pesquisar
 
blogs SAPO