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Se eu soubesse colocar músicas no blog, vocês ouviriam "Pueblo nuevo" (Buena Vista Social Club), embora Mestre Leopoldo - esta maravilhosa figura cuja foto retrata muito mal - não conheça essa música.
Mestre Leopoldo, ou Tio Leopoldo, vai fazer 80 anos e do alto da sua juventude lidera os batedores do samba do cacete de uma das comunidades quilombolas do município de Cametá, estado do Pará.
Foram 4 dias andando no Brasil real, aquele que sobrevive à incompetência pública e à gãnância privada. Mestre Leopoldo é um dos brasileiros desta realidade comum aos remanescentes de quilombos, para quem a memória da identidade, a certeza do pertencimento a algum lugar, os faz reviver através dos cantos, danças e ladainhas, a sua história, e a memória dos avós e bisavós, iluminando com seus olhos a noite de Porto Alegre, comunidade onde estávamos conversando.
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Caminhos na mata. Lindos. Barrancos surgem no meio da estrada estreita. Poético pra quem, como eu, ali vai vez em quando, levar informação e conformar desejos sinceros de vida melhor em ações e programas tão estreitos quanto os caminhos.
Caminhos na mata. Difíceis, sofridos, pra quem vive sempre ali, transitando entre a ingênua consciência do direito e o cansaço da distãncia a percorrer para garanti-lo.
Caminhos. Da alma. Tal qual este. Barrancos atravancam a passagem, mas bem ali à frente, há vida, muita, em cada folha visível e invisível.