Contrária à opinião de muitos amigos, quando Severino Cavalcanti elegeu-se presidente da Câmara, detestei as razões que o levaram ao cargo, mas defendi que ele, na verdade, representa a média dos péssimos deputados federais que temos.
Ao longo desses meses, desde a sua eleição, Severino jactou-se da sua autoridade, deu vexames previsíveis, não pela ignorância que cultiva, mas pela prepotência do mandato, fato corriqueiro naquele cenário bufo que é a Câmara Federal sei, ressalvo a meia dúzia de três ou quatro parlamentares que são exceção.
Severino Cavalcanti é o lídimo representante dos 300 picaretas que Luiz Inácio denunciou quando era Deputado Federal, como bem registrou a música dos Paralamas.
A Câmara Federal está apressadíssima pra jogar Severino para baixo do tapete. Que o faça. Nada a lamentar. Mas, se estamos todos lutando bravamente pela preservação das instituições democráticas e haja bravamente , quando nos subterrâneos trava-se a luta patriótica dos partidos para negociar a preservação de Lula no poder, mesmo que seja com morfina, enquanto articulam soluções pra salvar a pátria de novo em 2006 alguém poderia explicar-me porque se fala em composição para a nova presidência da Câmara se aquela ilustre casa tem um vice-presidente? Eu perdi um capítulo?
Thomas Nonô, o vice da Mesa da Câmara é do PFL, tá certo, e esse é o partido que tem como espinha dorsal o conservadorismo, o cinismo político e abriga os mais resistentes remanescentes da ditadura. Mas, na hora da composição da Mesa, ninguém lembrou disso?