Não sei se já perdemos o bonde da história e nunca mais seremos uma nação.
Começava a sentir isso quando ao longo do desastroso governo Collor, a abrupta abertura do mercado, as transformações brutais na ocupação, o desemprego crescente, indicavam a nossa inserção subordinada no mundo globalizado. Depois, no governo FHC, malgrado algumas políticas sociais mais avançadas, algumas ações afirmativas para raça e gênero, o compasso do samba não mudava. A esperança no governo Lula reacendeu fantasias de um Brasil mais justo, igualitário, tratando com seriedade o fosso das desigualdades de toda ordem: regionais, sociais, raciais.
Não dava ainda pra enxergar avanços na medida esperada e aí vem a crise, a crise "política" o que na verdade é mas que reafirma apenas a nossa mesquinha democracia, fundada na compra de partidos e parlamentares, no agravamento das diferenças e em esperanças partidas em pedaços.
Acompanho os números das ações que me interessam e a situação hoje, segundo o site do senado federal, considerando o que foi empenhado da dotação inicial, é a seguinte:
1 Gestão da política de desenvolvimento agrário: 20%
2 Gestão da Promoção da Igualdade racial: 40%
3 Brasil Quilombola: 10%
4 Regularização e gerenciamento da estrutura fundiária: 21%
5 Proteção de terras indígenas e etnodesenvolvimento: 27%
Assim não dá pra ser feliz.