Não vou voltar sobre os meus pés
e essa decisão me traz tranqüilidade.
Mas vou sempre saber que há tanta vida construída junto
e com tal força,
que só um caminho é justo:
há que cuidar do afeto, que este sim, é fundamental,
há que preservar nosso carinho e esse amor fraterno,
que nos levou por morros e matas e rios por tanto tempo.
Há que ouvir algumas músicas, fundamentais, pra fortalecer nossa memória,
aquelas dos tempos da esperança de um país melhor,
rodando no alto-falante do nosso carro preto,
que lavantava a poeira da estrada
e anunciava, pela voz de Milton,
que os bailes da vida estavam por ser feitos.
Somos capazes de compreender e perdoar,
nessa nossa vasta e generosa amizade,
e sermos, irremediavelmente,
pra sempre,
o que sempre fomos.