" Se a esperança se apaga e a Babel começa, que tocha iluminará os caminhos na Terra?" (Garcia Lorca)

30
Jul 05

Para os que se extasiam com a crise nacional,


 Para os que fazem questão de vender manchetes como se a corrupção fosse invenção deste governo,


Para os que perderam, de boa ou má fé, a dimensão da construção da democracia, esta frágil e jovem senhora brasileira,


 Para os que imaginam que a honestidade era uma característica da ditadura, copio o verso de Carlos Vogt:


Reflexão inútil


Na realidade


os generais


são


em geral


 mais realistas que


generosos

publicado por Adelina Braglia às 07:52

29
Jul 05

Dois rapazes iranianos tinham 16 anos quando foram presos. No passado dia 19, e catorze meses após a detenção, foram executados numa praça de Mashhad. Antes, cada um deles fora chicoteado 228 vezes, para imenso gáudio da multidão que assistia ao auto de fé.
Não posso confirmar a informação, mas já li que estes dois jovens foram condenados à morte pela prática de actos homossexuais. Seja verdade ou mentira (e do regime iraniano tudo se pode esperar), a natureza do "crime" imputado aos sentenciados ainda é o que menos importa. Nada, em nenhuma circunstância, pode desculpar ou justificar o horror desta barbárie...
Eu sei que nada posso fazer para lhe pôr termo, mas posso, pelo menos, não ser cúmplice no silêncio. Recordo Miguel de Unamuno (1936) "há momentos em que calar é mentir - o silêncio pode ser tomado como aquiescência".
Os estados párias alimentam-se, precisamente, do silêncio cúmplice dos cobardes e dos cínicos..."
(copiado de abnoxio2.blogs.sapo.pt/29.07.2005)
publicado por Adelina Braglia às 15:46

Ainda que eu pegue a sua mão e diga:


 salte comigo,


 estarei decidindo solitariamente pular no abismo.


Ainda que eu beije você toda noite,


 estarei solitariamente beijando o tempo e o vento.


 Ainda que eu diga todos os dias:


 amo você,


estarei solitariamente reafirmando o que não compartilho


 e garantindo a mim


 que gosto mesmo é de amar.

publicado por Adelina Braglia às 08:22

28
Jul 05
aqui jaz um artista
mestre em desastres

viver
com a intensidade da arte
levou-o ao infarte

deus tenha pena
da sua arte
(Epitáfio para a alma – Paulo Leminski)
publicado por Adelina Braglia às 20:19

Che Guevara.jpg



Não mais juventude


e muito menos o socialismo!


Ai, meu Santo Ambrósio!


(Foto: Revista Princípios)

publicado por Adelina Braglia às 17:49


Fica às vezes em nós um verso a que a ventura
Não é dada jamais de ver a luz do dia;
Fragmento de expressão de idéia fugidia,
Do pélago interior bóia na vaga escura.

Sós o ouvimos conosco; à meia voz murmura,
Vindo-nos da consciência a lux, lá da sombria
Profundeza da mente, onde erra e se enfastia,
Cantando, a distrair os ócios da clausura.

Da alma, qual por janela aberta par e par,
Outros livre se vão, voejando cento e cento
Ao sol, à vida, à glória e aplausos. Este não.

Este aí jaz entaipado, este aí jaz a esperar
Morra, volvendo ao nada, — embrião de pensamento
Abafado em si mesmo e em sua escuridão
(Flor de caverna - Alberto de Oliveira)
publicado por Adelina Braglia às 17:28

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