Hoje olhei o caderno de empregos do jornal. Surpreendi-me com as novas terminologias: supervisor de logística! Na notinha não há nada que identifique esta moderna função e isso permitiu que eu ficasse imaginando o que seria. Dependendo do ramo, pode ser interessante: logística do Congresso Nacional? Logística do Palácio do Planalto? Logística de um botequim de esquina?
A cada local, corresponde uma determinada atividade: planejar os próximos acordos, planejar os acordos eleitorais, planejar a compra de cerveja, nesta ordem? Ou o inverso?
Quando deixei de me dedicar a compreender o mercado de trabalho, em meados da década de 90, as transformações nos processos de trabalho e de gestão já eram notórias. E a mudança no perfil dos postos de trabalho já era acelerada. Mas, confesso que jamais pensei em “supervisão de logística”.
Ainda há esperança na tecnologia, a serviço do bem estar de todos? Não sei. Prefiro querer que sim. Mas aqui neste Panamá chamado Brasil, talvez precisemos de mais cinco séculos.
É difícil acreditar na evolução num prazo menor, quando se exige que um candidato a ascensorista tenha o ensino médio completo, não porque a função requeira isso, mas porque a massa de desempregados alfabetizada permite esse exagero.
Os êxitos do Governo Lula correspondem bem a isso: mais gente trabalhando, é verdade. Mas a massa salarial está menor. Traduzindo em miúdos: há mais gente trabalhando por salários menores. O insuspeito DIEESE comprova isso: o salário médio dos assalariados na Região Metropolitana de São Paulo em 1998 era R$ 1.583,00, Em novembro de 2007, era R$ 1.168,00, ambos em reais de janeiro de 2007.
Som na caixa, maestra....