A menina e o menino (para sermos politicamente corretos) dos olhos do Presidente Lula, o PAC, no apagar das luzes do ano, estão muito, muito sonolentos.
O discurso inicial do Governo que o PAC iria “arrebentar” o crescimento nacional, com investimentos maciços em obras estruturantes, que levariam desenvolvimento, empregos e - porque não? - muita felicidade para os brasileiros e brasileiras, revelou-se assim:
· “Faltando cinco dias para acabar o ano, a União investiu menos da metade do previsto em orçamento, nas obras e aquisições de equipamentos (42%). Dos R$ 40,8 bilhões autorizados em 2007, foram gastos R$ 17,2 bilhões até 24 de dezembro.
· ...a execução deste ano poderia ser ainda menor se fossem desconsiderados os “restos a pagar”, que são dívidas dos anos anteriores que não foram quitadas no período de sua competência e acabaram arrastadas para os anos seguintes. Assim, grande parte dos investimentos em 2007 não representa, em si, novas obras que integram o orçamento vigente. A parcela de desembolsos destinada exclusivamente para as novas ações iniciadas neste ano é de apenas R$ 7 bilhões. Os outros R$ 10,2 bilhões foram utilizados para o pagamento das dívidas de exercícios passados.
· Segundo o professor de economia da Universidade de Brasília Roberto Piscitelli, o nível de realização dos investimentos ainda está muito baixo. “Não há mais problema de caixa no governo federal. Eu me surpreendo com esses baixos níveis de execução, porque a essa altura do ano não há muito mais o que se fazer. Na melhor das hipóteses, os compromissos deste ano ficarão novamente como 'restos a pagar' para 2008”, explica o economista.
· “Uma hipótese é a de que o governo esteja buscando o maior superávit primário possível. Então, faz-se muito alarde, mas diversos setores preferem continuar dando um ritmo vagaroso aos gastos. Outra, é que existe uma certa incapacidade dos gestores. Falta ousadia, eles estão muito amarrados”, comenta o mesmo professor.
Por setores, os investimentos em educação, saúde e trabalho foram, respectivamente. 44,2%, 29,3% e 57,1%.
Brasileiras e brasileiros:
Feliz Ano Velho!
Foto: Agencia Estado